Pesquisa alarmante revela que quase 46% dos profissionais sofrem com insônia, enquanto riscos de transtornos mentais afetam profundamente a produtividade das empresas no Brasil.
A sombra do cansaço paira sobre os trabalhadores brasileiros, revelando uma realidade perturbadora: quase metade deles sofre silenciosamente com problemas de sono e saúde mental. Um levantamento abrangente da Pipo Saúde, realizado com mais de nove mil colaboradores ao longo de todo o ano de 2024, traz números alarmantes que não podem mais ser ignorados.
Na escuridão das noites mal dormidas, 45,7% dos entrevistados afirmaram que enfrentam dificuldades para descansar adequadamente. A pesquisa detalha ainda mais esse drama noturno: 15% definiram seu sono como ruim, enquanto outros 30,7% relataram uma qualidade moderada. A situação piora quando os dados revelam que, dos respondentes, 43,6% estão sob risco significativo em termos de saúde mental – e entre eles, um terço enfrenta níveis moderados ou altos de sofrimento emocional.
Arthur Geise, Diretor Médico da Pipo Saúde, lança um alerta sombrio sobre essa realidade oculta por trás do cotidiano corporativo. “Não é por acaso o crescimento acelerado no uso de medicamentos para atenção, suplementos vitamínicos e estimulantes. Estamos diante de um fenômeno diretamente ligado à privação de sono e ao adoecimento mental”, afirma Geise, sugerindo uma relação perigosa entre os hábitos de sono e o ambiente de trabalho contemporâneo.
O estudo revela ainda que o grupo mais jovem, entre 19 e 29 anos, é o mais afetado pela insônia: metade desses jovens adultos enfrenta sono ruim ou moderado. Contudo, os trabalhadores entre 30 e 49 anos também demonstram números preocupantes, com cerca de 43% apresentando as mesmas dificuldades.
Em meio a esses dados inquietantes, a Organização Mundial da Saúde reforça que adultos precisam dormir entre 7 e 9 horas por noite, destacando que a qualidade e a regularidade são essenciais para garantir saúde física e mental.
Mas o que está acontecendo para quase metade dos trabalhadores brasileiros não conseguir alcançar um sono reparador? Arthur Geise sugere que talvez a nova NR-1 (Norma Regulamentadora) seja uma luz no fim deste túnel escuro, trazendo a atenção necessária para repensar estruturas e práticas trabalhistas que afetam diretamente a saúde mental e o sono dos funcionários.
Enquanto a realidade se torna cada vez mais clara, a pergunta crucial permanece suspensa no ar: será que as empresas estão prontas para encarar a verdade por trás dessas noites insones e do sofrimento mental dos trabalhadores? Ou continuaremos caminhando silenciosamente para um futuro onde a exaustão é a única certeza?