Remuneração e benefícios, além da redução da taxa de turnover, são destaque pelo terceiro ano consecutivo no estudo “Dores e Desafios do RH”.
Os desafios enfrentados pelos profissionais de Recursos Humanos no Brasil mantêm-se constantes pelo terceiro ano consecutivo, de acordo com a terceira edição do estudo “Dores e Desafios do RH”, conduzido pela fintech Onze. A pesquisa, que é o único mapeamento dedicado aos desafios da área de RH no mercado brasileiro, destaca que melhorar o salário e o pacote de benefícios (52%) e reduzir a taxa de turnover e reter talentos (46%) são as principais dificuldades enfrentadas pelo setor.
O levantamento, realizado ao longo de três anos, ouviu mais de 4 mil profissionais de RH de todo o Brasil, com 517 participações na edição de 2024. “O desafio de melhorar a remuneração e os benefícios oferecidos está diretamente conectado à redução da taxa de turnover. Não é uma conta simples para o RH e para a empresa, principalmente levando em consideração a competitividade atual do mercado de trabalho. A equação ‘valor de investimento + impacto no bem-estar dos colaboradores’ tem cada vez mais relevância”, ressalta Fernanda Cortez, coordenadora de Pessoas da Onze.
Pela primeira vez, o estudo buscou se aprofundar nos desafios enfrentados pelos RHs ao implementar novos benefícios e melhorar os salários. A pesquisa revela que a falta de orçamento é o maior obstáculo para a aprovação ou substituição dos benefícios corporativos, citado por 65% dos entrevistados. A falta de interesse da liderança aparece em segundo lugar, com 43%.
Entre os RHs que mencionaram a dificuldade em reduzir a taxa de turnover e reter talentos, 69% apontaram que oferecer um pacote de benefícios adequado e atrativo é o principal desafio, seguido por 53% que destacaram a necessidade de oferecer um salário competitivo, inclusive para concorrer com salários em dólar ou euro.
Orçamento do RH
Com o objetivo de orientar o planejamento para o segundo semestre de 2024, a pesquisa também avaliou os maiores desafios relacionados ao orçamento da área de RH. Entre os entrevistados, 44% indicaram a aprovação da implementação ou substituição de benefícios corporativos como a maior dificuldade, enquanto 43% citaram a aprovação de novos projetos.
“Para defender mais orçamento e captar as prioridades das lideranças das empresas, é importante que os RHs defendam seus novos projetos com dados que comprovem o impacto positivo. A implementação de um benefício, por exemplo, pode gerar uma alta percepção de valor nos colaboradores, impactando o engajamento com a empresa, reduzindo o turnover e melhorando a percepção salarial”, analisa Cortez.
Saúde mental dos profissionais de RH
O estudo também investigou como os desafios enfrentados pelos profissionais de RH afetam sua saúde mental. Dos entrevistados, 43% relataram desenvolver ansiedade, 17% tiveram insônia, 17% apresentaram compulsão alimentar, 14% enfrentaram problemas de saúde física, 15% foram acometidos por burnout e 5% por depressão.
“Como essa é uma área que tradicionalmente cuida de todos os colaboradores, sempre fica a pergunta – quem cuida de quem cuida? No levantamento, vemos que o RH também precisa de cuidados”, comenta Cortez.
Perfil dos profissionais de RH
Do total de entrevistados, 28% atuam em empresas com entre 101 e 500 funcionários, sendo que 46% estão na área de RH há um período entre um e oito anos, e 34% há entre oito e doze anos. Os setores com o maior percentual de trabalhadores são e-commerce e varejo, ambos com 20%.
Em relação às tarefas desempenhadas, 43% indicaram recrutamento e seleção, 41% apontaram desenvolvimento de pessoas e 33% disseram atuar no departamento pessoal e na folha de pagamento. Os três principais propósitos dos profissionais da área são: promover a motivação (69%), propiciar uma boa experiência ao longo da jornada na empresa (50%) e cuidar do bem-estar e da qualidade de vida dos profissionais (43%).