Jornada de transição de liderança: estratégias para o sucesso
Luana Lourençon, colunista do Mundo RH, se destaca no universo corporativo como especialista em comunicação e master coach de carreira. Além disso, foi reconhecida como LinkedIn Top Voice e é integrante do seleto grupo de LinkedIn Creator.
Foi um mentorado que me indicou uma leitura importantíssima e que tem a ver com o tema desse artigo. É o livro “Os primeiros 90 dias”, do autor e pesquisador Michael Watkins. Na obra, o estudioso acompanha gestores de alto escalão que acabaram de assumir um novo cargo de liderança fora ou dentro das empresas onde trabalham.
Durante sua pesquisa – que resultou no livro – Watkins percebeu que existia um ponto de equilíbrio durante o processo de transição de liderança. Ele se inicia com a empresa investindo no profissional; em seguida, essa pessoa passa a entender a cultura da corporação para, enfim, começar a ser lucrativa para a companhia. Esse processo, de acordo com o livro, dura, em média, seis meses para se concretizar. Caso contrário, a empresa poderia perceber que a contratação do líder em questão não valeria a pena.
Só que, à medida que o estudo foi evoluindo, o autor do livro percebeu e mostrou o seguinte dado: entre 40% e 50% dos líderes de alto escalão contratados fora das empresas onde trabalhavam não conseguiram conquistar os resultados pretendidos na carreira.
Ou seja, praticamente metade dos executivos que quiseram e tentaram fazer uma transição de liderança não obtiveram sucesso. O resultado não chama atenção?
E se eu disser que as principais causas para esse insucesso estão ligadas à falta de investimento na comunicação assertiva, você acreditaria?
É o que mostro – e comprovo – neste artigo, por meio dos 3 passos que você, líder, precisa entender e colocar em prática, a fim de que sua transição seja construída de maneira correta.
Vem comigo!
Os 3 passos para sua transição de liderança dar certo com assertividade
1) Faça o movimento de dentro pra fora
Sempre bato nessa tecla porque ela faz todo sentido nesse processo: ninguém se comunica de forma assertiva, desenvolve inteligência emocional e faz uma boa gestão de si se não começar o movimento de dentro pra fora. Quanto mais existir o autocuidado, a autoanálise dos pensamentos e sentimentos, mais você cria um ciclo virtuoso e, por consequência, a vida profissional – e pessoal – fica mais próspera.
Nesse sentido, é fundamental ter um autoconhecimento bem estruturado, consolidado.
Certa vez, uma executiva da área do entretenimento me procurou porque queria mudar de emprego. O início, então, foi trabalhar o perfil e os valores dela e, a partir disso, entender o que, de fato, incomodava a profissional e o que poderia fazer quando ela começasse a se mostrar para o mercado de trabalho, já que o objetivo dela era a mudança de emprego.
Nesse processo, minha mentorada foi percebendo que ela estava com um baixo nível de autoconfiança por identificar que se sentia ameaçada pelo seu par que atuava em uma outra área dentro da empresa. Acontece é que essa percepção de ameaça não tinha a ver com o outro e, sim, com ela mesma e com a insegurança que sentia, uma vez que essa profissional tinha acabado de fazer uma transição de liderança e, nesse contexto, estava sofrendo com seus sabotadores, os quais não se limitavam a questioná-la se o novo cargo daria certo ou se ela daria conta do recado.
Fato é que, durante nossos encontros e o movimento que fez de olhar para dentro dela mesma, a executiva entendeu que, na verdade, ela não queria mudar de emprego.
É comum quando um profissional não está bem consigo mesmo achar que, mudando de empresa, tudo vai melhorar. Mas esse exemplo que contei prova que não é bem assim.
A dica é sempre refletir, questionar, se ouvir mais, olhar mais para dentro de si a fim de ter certeza se é a mudança de trabalho que você pretende fazer ou não. O autoconhecimento, nesse sentido, fará com que seu caminho profissional – que inclui a transição de liderança – seja ainda mais assertivo.
2) Planeje seu aprendizado
No livro “Os primeiros 90 dias”, há um trecho que diz: “Planejar aprender significa analisar com a devida antecipação quais são as questões que realmente importam, e a melhor maneira de reagir a essas questões. São poucos os novos líderes que dedicam tempo a refletir, sistematicamente, sobre as prioridades de aprendizado e são ainda menos aqueles que criam um programa explícito de aprendizagem quando passam a desempenhar uma nova função”.
Vou contar uma história que exemplifica muito esse processo de planejar a aprendizagem. Uma profissional que trabalha há mais de 20 anos em uma indústria e que tem um cargo de liderança me procurou para que eu a ajudasse no desenvolvimento de uma comunicação mais assertiva, já que os feedbacks que ela havia recebido estavam relacionados à uma forma mais agressiva que ela tinha de se comunicar.
Além disso, a profissional sabia que, para chegar a um nível superior ao que ela estava, precisava, sim, desenvolver essa habilidade.
Ok! Então, qual foi o ponto de partida dos nossos trabalhos juntas? Criar um plano de ação.
Nesse plano, o objetivo seria olhar para o futuro:
🔺Onde essa profissional gostaria de chegar?
🔺Quais são suas ferramentas e o que você precisa fazer para alcançar esse objetivo?
Foi a partir dessa estratégia, desse plano que ela aprendeu a se desenvolver.
Sabe aquela máxima que diz “você precisa ser o protagonista da sua própria carreira”? Esse lema tem a ver com o planejar como será seu processo de aprendizagem para que conquiste seus objetivos e o sucesso profissional. Para isso, é fundamental se autoconhecer, ter autoconfiança e se autoavaliar ou autorefletir sobre quais são as prioridades desse aprendizado.
Planejamento estratégico é vida – pessoal e profissional!
3) Comunique-se de forma assertiva
Para você que já é líder e quer fazer uma transição de liderança, ou para você que almeja essa posição de gestor(a), é fundamental se comunicar.
Para que se percorra esse caminho até a conquista de uma boa comunicação, você precisa de adaptabilidade, empatia, gestão de suas emoções e pensamentos e de um olhar estratégico para seu aprendizado.
Novamente, esse processo começa de dentro para fora.
Vamos juntos!