Desigualdade de gênero, assédio e falta de apoio adequado ainda são barreiras para o crescimento profissional feminino.
O Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março, é um momento de reflexão sobre as conquistas sociais, econômicas e políticas das mulheres ao longo da história. Mas também é uma data que reforça a necessidade de visibilidade para os desafios que ainda persistem, especialmente no mercado de trabalho.
Para entender melhor esse cenário, a Pluxee, empresa global em soluções de benefícios e engajamento de colaboradores, conduziu um estudo com mais de 2 mil mulheres brasileiras, revelando os principais obstáculos enfrentados no ambiente corporativo.
A pesquisa aponta que a sobrecarga de tarefas domésticas e o assédio moral ou sexual (ambos com 28%) são os desafios mais frequentes para as mulheres no mundo corporativo. A diferença salarial (26%) e a dificuldade de promoção por ser mulher (25%) também aparecem como barreiras significativas para o avanço profissional feminino.
O dado mais alarmante, no entanto, é que 60% das mulheres que sofreram discriminação no trabalho não se sentiram amparadas pela empresa ou pelos colegas. Além disso, 44% das entrevistadas relataram já ter sido tratadas de forma desigual em relação aos funcionários homens.
Impacto na saúde mental e na produtividade
Os desafios enfrentados no ambiente de trabalho não afetam apenas a trajetória profissional das mulheres, mas também sua saúde mental e emocional. Segundo a pesquisa, 36% das entrevistadas afirmam que esses impactos são frequentes, enquanto 45% os sentem ocasionalmente.
O reflexo na produtividade também é significativo: 23% das mulheres avaliam o impacto na sua performance profissional como muito alto. Diante desse cenário, 61% já consideraram mudar de área ou até mesmo deixar o mercado de trabalho.
Políticas de igualdade de gênero e retenção de talentos
Embora 55% das entrevistadas acreditem que suas empresas possuem políticas eficazes para promover a equidade de gênero, 34% afirmam que suas organizações não oferecem benefícios específicos para mulheres, como suporte à saúde mental e reprodutiva.
A falta de flexibilidade e equilíbrio entre vida pessoal e profissional também é uma preocupação: 62% das participantes informaram que suas empresas não possuem políticas de home office ou horários flexíveis.
Para reverter essa realidade, 68% das mulheres acreditam que investir em políticas de equidade de gênero e benefícios específicos é essencial para a retenção de talentos femininos.
Os desafios da maternidade na carreira profissional
A pesquisa também trouxe um alerta sobre os desafios da maternidade no ambiente corporativo.
- 47% das entrevistadas conhecem alguém que foi demitida ou teve seu cargo afetado após a licença-maternidade ou parental.
- 42% acreditam que a licença pode prejudicar a trajetória profissional de uma mulher.
Diante desse cenário, as mulheres sugerem ações para garantir um ambiente de trabalho mais justo e inclusivo, como:
- Políticas de igualdade salarial (60%)
- Maior transparência nos critérios de promoção e combate ao assédio (47%)
- Flexibilidade de horário (45%)
- Programas de mentoria para mulheres (39%)
- Treinamentos para reduzir o preconceito de gênero (38%)
- Licença-maternidade mais inclusiva (33%)
Mulheres na liderança: impacto positivo e desafios persistentes
Para Fabiana Galetol, Diretora Executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee, a pesquisa reforça a urgência de ações concretas para a equidade de gênero no trabalho.
“Empresas e líderes precisam investir em políticas eficazes de combate à discriminação, assédio e desigualdade salarial, além de oferecer suporte à saúde mental e flexibilidade para as mulheres”, afirma.
Ela destaca que 80% das entrevistadas acreditam que a presença de mulheres em cargos de liderança impacta positivamente o ambiente de trabalho.
No entanto, a desigualdade ainda é um grande obstáculo: 76% das mulheres brasileiras acreditam que alcançar uma posição de liderança é mais difícil para elas do que para os homens.
No Dia Internacional da Mulher, essa pesquisa reafirma a necessidade de transformar o discurso sobre equidade em ações concretas que garantam mais oportunidades, respeito e inclusão para as mulheres no mercado de trabalho. 🚀