Como superar a autossabotagem e alcançar o potencial pleno.
Da redação
Desde cedo, aprendemos a construir muros. Não aqueles, palpáveis, feitos de tijolos ou pedra, mas barreiras invisíveis, tecidas com as linhas tênues do medo e da dúvida. São paredes que erguemos dentro de nós, que nos dizem “não” quando o mundo ao redor sugere um talvez, ou até mesmo um sim.
Quem nunca duvidou da própria capacidade ao pensar em iniciar um novo curso, mudar de carreira ou até mesmo ao tentar um novo hobby? Essa insegurança muitas vezes é um legado familiar, um eco de vozes que, embora bem-intencionadas, nos ensinaram a temer o fracasso mais do que a valorizar a tentativa.
Essa autocensura, esse autoboicote, é um fantasma que assombra silenciosamente. Ele se manifesta naquele projeto de trabalho que você nunca apresenta, naquela viagem que sempre adia, ou naquele curso que nunca se matricula. É uma voz interna que insiste: “você não é bom o suficiente, você não é capaz”.
Mas, o que realmente acontece quando desafiamos esses limites autoimpostos?
Tomemos como exemplo Maria, uma engenheira que sempre sonhou em trabalhar com arte. Desde jovem, foi desencorajada a seguir essa paixão: “Arte não é carreira, é hobby”, diziam seus pais. Anos depois, já estabelecida, ela finalmente decide se matricular em um curso de pintura. Para sua surpresa, não apenas adora as aulas como também descobre um talento que não sabia possuir. O que teria acontecido se Maria tivesse continuado a ouvir aquela velha voz da autocensura?
E o que dizer de João, que sempre teve medo de falar em público? Um dia, ele é convidado para dar uma palestra sobre sua área de expertise. Com medo, sua primeira reação é recusar. No entanto, desafiando seus medos, ele aceita. Com preparo e prática, João não apenas realiza a palestra, mas é elogiado por sua clareza e confiança. A barreira que ele pensou ser intransponível era, na verdade, um portão aguardando ser aberto.
É essencial reconhecer e confrontar esses sabotadores internos. A psicologia moderna nos ensina que a autoeficácia — a crença na própria capacidade de executar ações necessárias para alcançar resultados específicos — é crucial para o sucesso em qualquer área da vida. Desenvolver essa crença é um processo, que começa com a desmistificação dos medos e a reavaliação das próprias capacidades.
Nós somos, de fato, nossos juízes mais severos. No entanto, é hora de mudar o julgamento. As limitações que colocamos em nós mesmos são frequentemente baseadas em uma realidade distorcida. Quebrar esses ciclos de autossabotagem não é apenas libertador, é transformador.
Então, da próxima vez que a dúvida sussurrar em seu ouvido, pergunte-se: “Por que não eu?” A vida é uma série de oportunidades e a maior barreira entre você e seu potencial pode ser, simplesmente, o medo do desconhecido. Reconheça seus sabotadores, mas não permita que eles ditem seu caminho. Porque, no fim das contas, somos todos capazes de muito mais do que imaginamos.