O número de pessoas que sofrem de hipertensão e de diabetes tem crescido no Brasil nos últimos anos. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde mostra que a quantidade de diabéticos no país aumentou em 61,8%, entre 2006 e 2016, passando de 5,5% da população para 8,9%. Já o número de hipertensos cresceu 14,2% no mesmo período, saltando de 22,5% para 25,7% dos brasileiros. Para evita-las, um dos principais fatores é mudar o estilo de vida e adotar hábitos mais saudáveis. No entanto, uma grande parcela de pacientes precisa recorrer a medicamentos que ajudam a controlar a doença. Para isso, muitas empresas têm colaborado com seus funcionários por meio do PBM – Programa de Benefício em Medicamentos.
O conceito chegou no Brasil na década de 1990 e atualmente grandes empresas como Telefônica, IBM, Caterpillar, Unilever, Arcelor Mital, Carrefour, Nestlé, Gerdau e Tigre, entre outras, já subsidiam medicamentos para seus funcionários. “Mas nos Estados Unidos o conceito existe desde a década de 1980 e perto de 80% da população aviam suas receitas médicas pelo sistema. Aqui ainda temos um bom mercado a explorar”, diz Luiz Monteiro, presidente da PBMA – Associação Brasileira das Empresas Operadoras de PBM. Ele conta que no Brasil as empresas subsidiam, em média, 50% do valor dos medicamentos, mas há casos em que pode chegar a 100%, dependendo do plano escolhido.
“Estudos demonstram que 50% dos doentes crônicos abandonam o tratamento medicamentoso. Mas, com a facilidade de acesso ao remédio prescrito pelo especialista, a chance de o funcionário seguir o tratamento é muito maior. E o PBM também permite à empresa fazer a gestão, acompanhar se o funcionário está seguindo realmente o tratamento”, explica Monteiro. O resultado disso é a melhora da saúde populacional, registro na queda do absenteísmo e maior produtividade. Exatamente o que diz a publicação americana The Art of Health Promotion, que ao investir em Qualidade de Vida do Trabalhador (QVT), as empresas podem reduzir em até 50% seus custos de saúde e em 70% as taxas de afastamento por doenças.
Dessa forma, a expectativa da PBMA é de que a adesão ao programa cresça no país cerca de 15% ao ano, até 2023. Hoje, de acordo com levantamento realizado pela associação, o mercado brasileiro de PBM é responsável pela dispensação de aproximadamente 300 mil caixas de medicamento, por dia – ou cerca de 110 milhões de caixas, por ano.
Imagem: Freepix