Uma pesquisa realizada pela Betway para comemorar o dia 1º de Abril que aconteceu na última sexta-feira, mostra que 50% das pessoas já contaram mentiras no processo seletivo.
O estudo foi realizado com 130 entrevistados, de 18 a 64 anos, por meio de questionário online. Com isso, o site de cassino online pôde mensurar, de forma inédita, as principais afirmações falsas que os colaboradores já contaram durante uma entrevista de emprego.
Segundo as respostas obtidas, 46% dos participantes exageraram no nível das habilidades, 20% omitiu uma demissão ou não conclusão de curso e 18% afirmou ter qualificações que eram solicitadas na vaga, mas sem conhecimento de fato.
Temas como habilidades de trabalho e capacitações estão entre as principais mentiras do processo seletivo. Além disso, um levantamento realizado pela empresa de recolocação profissional DNA Outplacement em 2019 mostrou que, no Brasil, 48% dos currículos analisados tinham distorção no tema salário atual.
Existem alguns motivos que justificam os apontamentos não-verdadeiros na fase de contratação. De acordo com os entrevistados, 43% mentiu para tentar conseguir a primeira oportunidade profissional, enquanto 19% almejava mudar de setor.
Para a doutora Andrea Deis, 48, Gestora Empresarial pela FGV, especialista em Neurociências que atua há mais de 30 anos na área de RH, o desemprego é uma das condições que mais colaboram para as pessoas contarem mentiras no processo seletivo. “Além disso, o mundo está incerto e estamos passando por um momento de mudanças na empregabilidade. A mentira protege”, explica a especialista em entrevista para a Betway Insider.
Além de mentiras sobre habilidades, afirmações irreais sobre cursos superiores também são comuns, de acordo com a pesquisa. “[Os candidatos] colocam simplesmente o curso sem mencionar a data de início e fim, e quando perguntamos durante a entrevista, dizem que o curso está trancado”, relata Daniel Machado Campos Neto, 42, CEO da Consultoria de RH EDC Group em entrevista à Betway, site de jogos de cassino online.
Contudo, segundo o especialista, os trejeitos dos candidatos na entrevista presencial também denunciam as mentiras contadas no processo seletivo. Por isso, recomenda que as triagens também sejam feitas com pessoas.
Mentiras no processo seletivo podem aparecer no dia a dia
Ainda segundo a pesquisa inédita da Betway, as mentiras do processo seletivo também podem aparecer no dia a dia, depois da contratação do candidato.
De acordo com os candidatos que mentem nas entrevistas de emprego, a solução mais procurada é dar um jeito de aprender a habilidade solicitada sem que ninguém da empresa perceba. 68% dos participantes afirmaram que escolheriam essa alternativa, enquanto apenas 6% disseram que pediriam ajuda para os colegas.
Além disso, muitas mentiras contadas no trabalho se relacionam com as qualificações. Cerca de 54% dos entrevistados contaram que mentem sobre estarem finalizando um material, quando, na verdade, nem começaram.
Mas apesar da recorrência, especialistas afirmam que a situação não é tão grave. “Nesse processo [de mentir], a pessoa deliberadamente tenta convencer outra a aceitar aquilo que o próprio indivíduo sabe que é falso, em benefício próprio ou de outros, para maximizar um ganho ou evitar uma perda, no caso, a oportunidade de emprego”, explica a psicóloga clínica e psicanalista Gabriela Souza (CRP 06/164297) para a Betway Insider.
“Podemos associar a insegurança e a ansiedade presentes no medo de contar a verdade, principalmente nos meios de trabalho. Mas é necessário entender a mentira como um fenômeno central nos relacionamentos pessoais, não podendo a mesma ser encarada necessariamente como anormal”, conclui.
Como o RH analisa a transparência do candidato
Ainda, a pesquisa do site de cassino online também mostra algumas maneiras que os setores de RH utilizam para assegurar a transparência dos candidatos.
A alternativa mais escolhida é contato com a empresa anterior, para confirmar as competências e informações do currículo. Buscar referências com colegas também é uma opção. Além disso, muitos departamentos de recursos humanos também estão realizando testes presenciais com os entrevistados, especialmente para conhecimento em línguas e aptidões.
Dessa forma, é possível diminuir a incidência de mentiras no processo seletivo, além de desenvolver alternativas mais práticas para encontrar as afirmações não-verdadeiras e garantir que o candidato esteja, de fato, preparado.