Lealdade dos jovens com suas empresas exige, hoje, oportunidades de desenvolvimento de liderança, flexibilidade e senso de propósito
As empresas devem ajustar a forma como cultivam a lealdade entre jovens nascidos após 1982 e que compõem a geração “Millennial” ou correm o risco de perder uma grande parcela de sua força de trabalho. Este é um dos principais resultados da 5ª edição da “Millennial Survey”, organizada pela Deloitte, uma das maiores consultorias e auditorias do mundo. O levantamento contou com cerca de 7.700 profissionais, sendo 300 no Brasil.
Se tiverem oportunidade, 48% dos millennials no Brasil e 44% no mundo esperam deixar seus atuais empregadores nos próximos dois anos. Esse número aumenta para 68% e 66%, respectivamente, quando o período é estendido até 2020. O desejo de deixar seu trabalho durante os próximos cinco anos é maior entre os millennials em mercados emergentes (69%) do que nas economias desenvolvidas (61%).
As questões em torno do equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, o desejo de flexibilidade de horários e de escolhas no ambiente de trabalho, bem como as diferenças em torno dos valores das empresas com os seus valores pessoais, estão influenciando as opiniões e os comportamentos desta geração. Preocupações a respeito da falta de desenvolvimento de habilidades de liderança também foram muitas vezes expressos por aqueles que consideram mudanças de carreira a curto prazo. A maioria – 72% no Brasil e 63% no mundo – afirma que as organizações em que atuam não possuem recursos para que eles possam desenvolver habilidades de liderança.
Renata Muramoto, sócia-líder da área de Talent da Deloitte, aponta que as aspirações desta geração no Brasil estão em linha com os dados globais da pesquisa e reforça a importância de as empresas estarem atentas às suas aspirações. “Esta é uma transformação sem volta no mercado de trabalho e, em pouco tempo, os millennials formarão a maior parte da força de trabalho”, reforça Renata.
Ganhando a lealdade dos millennials
Os jovens procuram empregadores com valores semelhantes – 7 em cada 10 acreditam que seus valores pessoais devem ser compartilhados pelas organizações para as quais trabalham. Esse é o caminho das organizações para reter esses jovens profissionais.
Mais destaques da pesquisa:
Alta correlação entre satisfação e propósito. 40% dos millennials que relataram alta satisfação no trabalho e 40% dos que pretendem permanecer em seus postos de trabalho para além de 2020 dizem que seus empregadores têm um forte senso de propósito além de apenas sucesso financeiro.
Foco em produtividade e em crescimento pessoal. Os millennials querem gastar mais tempo discutindo novas formas de trabalho, com o objetivo de desenvolver suas habilidades.
Buscando flexibilidade. Três quartos dos millennials preferem trabalhar em casa ou em outros locais, nos quais sentem que poderiam ser mais produtivos. No entanto, apenas 43% atualmente têm o aval de suas empresas para fazer isso.
Sentindo-se no controle. Três quartos (77%) dos millennials sentem-se no controle de suas carreiras.