Com o objetivo de entender e mostrar como a pandemia transformou a área de gestão de pessoas no ambiente corporativo, a Sólides, plataforma de RH completa com People Analytics e Gestão Comportamental, lança o SólidesReport com insights e dados relevantes que mostram o que pode ser feito para melhorar os processos de recrutamento, desenvolvimento e retenção de talentos, promovendo impacto positivo na área.
O estudo analisou uma amostra de 2.335 empresas brasileiras localizadas especificamente na região Sudeste (57,82%), Sul (16,50%), Centro-Oeste (11,43%), Nordeste (10,57%) e Norte (3,67%). Todos esses dados são proporcionais a quantidade de companhias existentes em cada uma dessas localidades. Já com relação a faixa de funcionários, a maioria das companhias ouvidas possuem entre 20 e 99 colaboradores (54,8%); 100 a 499 (26,1%); até 19 (15,4%) e mais de 500 (3,7%).
A análise traçou também o perfil comportamental das pessoas que estão alocadas no mercado de trabalho dos parceiros da Sólides e a maioria foi identificada como Planejadores – estável, de ritmo constante e linear – (27,96%), Comunicadores – comunicativa e geralmente dotada de grande carisma e poder de persuasão – (27,85%), Executores – pessoas dominantes e independentes (26,93%%) e Analistas – detalhista, preocupada e meticulosa – (17,26%).
“Esses dados mostram insights muito importantes, principalmente se considerarmos o atual momento que estamos vivendo devido a pandemia. Ao ponderar esse cenário, o perfil Planejador pode ter sido determinante dentro das instituições uma vez que eles têm as habilidades que garantem maior eficiência na definição de novas estratégias para o negócio. Já os comunicadores foram fundamentais para manter as equipes motivadas e otimistas perante dos desafios”, afirma Mônica Hauck, fundadora da Sólides.
Outro ponto que teve forte influência no cenário de pandemia foi a questão da rotatividade dos funcionários. De acordo com a base de dados da startup, pode-se perceber uma queda na quantidade de admissões a partir de março, mas houve uma baixa considerável em abril, chegando a 220. Já entre junho e julho, o mercado sentiu um leve aumento no número de contratações devido a diminuição de casos do coronavírus, alcançando a marca de 355. Já com relação aos setores, a área comercial teve maior volume de contratações, seguido de TI e ficando atrás do administrativo.
A pesquisa analisou também o índice de demissões. Entre os meses de março e abril houve um pico considerável de desligamentos nas empresas, chegando a 647. Em maio e junho passou para 414 e nos meses seguintes esse número só aumentou, chegando o pico de 877 em outubro, agravando assim o cenário de forma considerável. Já as áreas que tiveram maior número de corte foram o comercial, TI, administrativo e marketing. Com isso, a rotatividade geral sofreu aumento em relação ao ano anterior, ficando em 25,37%, contra os 19,2% apresentados em 2019.
Um recorte feito pela Sólides é com relação ao tipo de rotatividade, que ajuda a compreender o motivo das rescisões e dependendo dos dados o setor de RH pode criar estratégias para diminuir esse índice. Enquanto em 2019 se mostrou estável, com dois picos de demissões involuntárias, 2020 teve uma mudança muito drástica no cenário externo às organizações – em abril teve um aumento de desligamentos involuntários em abril, ou seja, foram demitidas enquanto isso houve uma queda nas demissões voluntárias, poucas pessoas pediram essa demissão, principalmente devido o momento de instabilidade econômica.
O estudo apontou também que houve um crescimento mais acentuado na quantidade de mulheres admitidas do que de homens. Com relação as demissões, as pessoas do sexo feminino foram maiores que as das pessoas do sexo masculino nos dois anos analisados, o que mostra que a situação foi desfavorável para ambos.
Outro ponto analisado foi com relação a rotatividade por geração. Em 2020, os jovens da geração Z (18 a 24) foram os mais impactados com percentual de 16,27% contra 12,13% em 2019, o que representou aumento de 31,14% no número de demissões e isso aconteceu devido ao fato deles serem mais inexperientes. Em seguida, foi a geração 9,23% (40 a 60 anos) com contra 7,02% em 2019.
Em contrapartida, o levantamento traz também uma análise sobre a quantidade de pessoas promovidas de acordo com a característica de cada um deles. O perfil que mais se destacou foi o Executor, com 3,41% de profissionais que tiveram mudança positiva no cargo, percentual 71,8% maior do que o planejador (2,45%), que ocupou a segunda colocação.
“Essa diferença vai de encontro com as estratégias adotadas por muitas companhias para superar a crise, onde elas optaram em reduzir os times e acumular mais tarefas em menos colaboradores. O perfil Executor tem mais facilidade em absorver um aumento repentino na demanda e, por isso, tende a ser mais escolhido nesse tipo de situação. Além de saber lidar melhor com a pressão e por gostarem de desafios, características que foram bastante requisitadas em 2020”, explica Hauck.
Outro dado interessante é que, no ano anterior, o perfil Comunicador ocupava a segunda posição nesse mesmo ranking, em 2020 ele ficou em último, com apenas 2,30% da base promovida, logo atrás do perfil Analista, com 2,35%. Isso se explica porque esses perfis se destacam melhor em cenários mais seguros e de expansão. .
Isso se comprovou quando analisamos as recontratações que ocorreram neste período. O perfil que mais se destacou foi o de executor, que em 2020 contou com 812 profissionais, contra 257 em 2019. Esse aumento pode ser explicado ao fato de que esse perfil demanda um tempo menor de onboarding e são muito bons em começarem os trabalhos já em ritmo acelerado. Para as empresas que estão em recuperação e retomada da produção, essas características são importantes.
“Diante desses insights pudemos ver que, mesmo com um cenário de incertezas e um ano desafiador, algumas empresas conseguiram agir de forma estratégica e mudaram a maneira de se relacionar com o seu colaborador, o que fez muita diferença para que elas conseguissem diminuir os impactos causados pela crise da Covid-19. Também percebemos que a tecnologia foi uma grande aliada no trabalho dos gestores, pois por meio dela foi possível fazer uma análise mais precisa a partir dos dados que são gerados pelas instituições, proporcionando resultados positivos”, finaliza Hauck, fundadora da Sólides.