Novo estudo revela o que realmente importa para os trabalhadores brasileiros: menos toxicidade, mais qualidade de vida e um ambiente de trabalho saudável.
O mercado de trabalho brasileiro está diante de uma grande mudança de comportamento. Segundo o “1º Relatório de Sustentabilidade Humana e Produtividade Consciente no Trabalho”, realizado pela Reconnect Happiness at Work & Human Sustainability em parceria com a Pin People, 66% dos brasileiros estão dispostos a trocar de emprego por uma empresa que ofereça melhor bem-estar mental e um ambiente menos tóxico — mesmo que isso signifique ganhar menos.
Os resultados expõem uma tendência irreversível: a produtividade está diretamente ligada à saúde mental, e as empresas que não se adaptarem correm o risco de perder talentos. A Geração Z é a mais insatisfeita com o mercado de trabalho atual, apontando desafios como desalinhamento de propósito e falta de suporte ao bem-estar.
Destaques da pesquisa:
- Geração Z é a mais insatisfeita: O eNPS* da GenZ é de -24, refletindo dificuldade de adaptação e falta de alinhamento com os valores das empresas.
- Produtividade depende de bem-estar: Profissionais que se sentem “sempre produtivos” registram um eNPS positivo de +22, enquanto aqueles que “raramente se sentem produtivos” chegam a -84.
- Principais desafios para as empresas: Dificuldade de comunicação com a liderança, falta de equilíbrio entre vida pessoal e profissional e escassez de suporte ao bem-estar.
- 66% aceitariam trocar de emprego para um local que priorize o bem-estar, mesmo com salário igual ou menor.
- Ansiedade é a emoção predominante no ambiente de trabalho, sendo mencionada por 5% dos respondentes.
- Modelos de trabalho flexíveis são preferidos: O modelo remoto obteve um eNPS positivo (+13), enquanto o presencial registrou -20.
Normas de segurança evoluem e empresas precisam se adaptar
A pesquisa também se conecta com uma recente mudança na legislação trabalhista. A NR-01 (Norma Regulamentadora) foi atualizada em agosto de 2024 para incluir a obrigatoriedade de identificação e gestão de riscos psicossociais no Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR). Isso significa que estresse, assédio e sobrecarga de trabalho agora devem ser monitorados e prevenidos pelas empresas.
“Essa mudança reflete um novo olhar sobre o mundo corporativo, onde a saúde mental passa a ser um pilar fundamental para a sustentabilidade das empresas. Ignorar esse fator pode resultar não apenas na perda de talentos, mas também em riscos legais para as organizações”, explica Renata Rivetti, especialista em felicidade corporativa e CEO da Reconnect.
RHs, a oportunidade é agora!
Os dados revelam uma mensagem clara: o mercado de trabalho brasileiro está mudando e as empresas precisam se transformar junto. Organizações que priorizarem a saúde mental e o bem-estar dos seus colaboradores não apenas terão equipes mais produtivas, como também ganharão um diferencial competitivo no recrutamento e retenção de talentos.