Com o objetivo de mapear as principais dores e desafios da área de RH com relação ao tema saúde mental, levantamento realizado pela Kenoby, software de recrutamento e seleção, mostrou que as empresas estão mais atentas a essa questão. A startup ouviu mais de 488 profissionais de RH de grandes empresas brasileiras, entre fevereiro e março deste ano.
“A pandemia acabou favorecendo esse início de mudança e acendeu uma luz de alerta, principalmente em tempos de trabalho híbrido. Sabemos que as pessoas estão adoecendo mentalmente, quando não fisicamente, e a prova disso é o aumento na busca por psicólogos e psicanalistas via telemedicina”, explica Felipe Sobral, Diretor de Marketing da Kenoby, hrtech que utiliza a ciência da psicologia organizacional para conectar os talentos às empresas e construir igualdade de oportunidades de emprego.
Segundo ele, chama atenção a falta de previsibilidade quanto à estruturação de uma área voltada à saúde mental, a curto prazo, chama atenção. “Para que os programas de saúde mental sejam efetivos, a mudança deve ocorrer, primeiro, na estrutura do modelo de trabalho e na cultura. As empresas estão sim preocupadas com o tempo que os colaboradores passam no computador, se estão almoçando ou não, fazendo pausas de descanso. A escuta, sem fazer juízo de valor, é importante para entender o que pode ser melhorado, facilitado. Trazer esse assunto para liderança, é o primeiro passo”, diz Sobral.
A segurança psicológica é um tema que vem sendo colocado na mesa, e a Kenoby foi protagonista neste sentido, quando trouxe ao Brasil o Adam Leonard, da área de Desenvolvimento de Pessoas da Google. O especialista participou do estudo Aristóteles/Google, que mostrou aos pesquisadores um mix de características que revelaram os melhores times/de alta performance, e a segurança psicológica foi um dos critérios fundamentais nesse processo, pois permite que os profissionais possam externalizar suas ideias para a construção de um ambiente muito mais criativo, inovador e colaborativo.
Descobriu-se que, equipes com ambientes psicologicamente seguros tinham funcionários com menor probabilidade de sair, aproveitam o poder da diversidade e têm mais sucesso. A Google gastou milhões medindo aspectos da vida dos seus empregados e até particularidades como a frequência com que as pessoas almoçavam juntas.
Pesquisa na íntegra:
A sua empresa leva em consideração o tema saúde mental na hora de avaliar a expectativa dos colaboradores?
67,3% Sim
32,7% Não
Na sua opinião, falta um olhar das empresas, no geral, para a saúde mental da equipe?
93% Sim
7% Não
Como você acredita que a saúde mental pode impactar o trabalho e a empresa?
36,6% Na produtividade individual e do time como um todo
23,3% Na falta de engajamento de ações internas
19,6% Aumento de turnover
16,1% Na imagem de marca empregadora da empresa
4,5% Outros
É uma prioridade para a sua empresa contratar uma pessoa ou criar um departamento de saúde mental?
Sim 59,9%
Não 40,1%
Em quanto tempo a empresa pretende investir nesta área?
53,4% Não sei dizer
35% Em menos de um ano
5,5% Nos próximos dois anos
3,1% Daqui um ano
3,1% Nos próximos cinco anos
Na sua empresa existe uma área ou pessoa dedicada à saúde mental dos colaboradores?
28,9% Sim
71,1% Não
Na sua empresa, já aconteceram afastamentos de colaboradores por algum problema emocional?
67,4% Sim
32,6% Não
Na sua opinião, quais os principais motivos acarretam problemas mentais no trabalho?
19,1% Falta de diálogo da liderança
18,9% Assédio moral e constrangimentos
18,7% Falta de diálogo com o colaborador
16% Falta de feedbacks constantes
15,2% Falta de espaço para opiniões
12,3% Metas difíceis de ser batidas
Na sua empresa, existem benefícios voltados para melhorar o bem-estar e saúde mental das pessoas?
38,7% Não, mas estamos estudando a possibilidade
37,7% Sim, temos soluções 37,7%
23,6% Não temos e não é uma prioridade para este ano