Estudo “O panorama atual do desenvolvimento pessoal no trabalho” mostra caminhos que o RH deve percorrer a fim de atender às novas demandas do capital humano, atuando de maneira decisiva em ações que impactam o engajamento e o sentimento de pertencimento dos colaboradores
Diante das inúmeras transformações ocorridas ao longo dos últimos anos no ambiente de negócios e em nossa própria forma de se relacionar com o trabalho, é bastante natural que estejamos frente a uma verdadeira revolução na maneira como aprendemos e nos desenvolvemos técnica e comportamentalmente.
Os conhecimentos, competências e habilidades que nos trouxeram até determinado ponto de nossas vidas profissionais simplesmente se mostraram insuficientes para nos levar ao próximo nível. Profissionais de inúmeros segmentos produtivos diferentes diariamente passaram a encarar o fato de que talvez não estivessem à altura das novas demandas e desafios, compreendendo que lhes faltavam certas soft (ou hard) skills e que o caminho da aprendizagem contínua ao longo de toda a vida (lifelong learning) era a única alternativa viável.
Nesse sentido, os processos de digitalização e o gradativo aumento do nível de complexidade dos cenários e processos produtivos passaram a representar verdadeiras barreiras para a força de trabalho em todo o mundo.
As empresas, por sua vez, passaram a entender que o seu papel e atuação poderiam ser muito mais efetivos e decisivos a partir do momento em que tratassem temas como “engajamento”, “cultura”, “inovação” etc. como parte essencial de suas estratégias corporativas, e não como meros “programas de RH”.
A conclusão de todo esse movimento corporativo, observado pelo menos durante os últimos dez anos, tem sido alcançada em meio a um consenso sobre o papel crucial que os investimentos no desenvolvimento efetivo do capital humano podem ter sobre as pessoas e, em última instância, sobre o resultado dos negócios.
É justamente isso o que a pesquisa “O Panorama Atual do Desenvolvimento Pessoal no Trabalho” retrata de maneira fiel e eloquente. Conduzida pelos especialistas da GoodHabitz, principal plataforma digital de aprendizagem online em nível global, além de estatísticas de mais de 13 mil funcionários em 14 diferentes países ao redor do mundo, a pesquisa traz caminhos muito interessantes para que os RHs saibam exatamente o que fazer para que a força de trabalho atinja todo o seu potencial.
Principais achados e tendência para o RH em 2023
Para se ter ideia, até 97% dos funcionários de empresas brasileiras consideram o desenvolvimento pessoal importante, e 96% acredita que é importante que seu empregador invista em seu desenvolvimento pessoal. Além disso, 93% disseram concordar que o desenvolvimento pessoal é parte importante para proporcionar satisfação no trabalho.
Em outras palavras, o RH que não der importância para o tema do desenvolvimento do capital humano simplesmente não estará ouvindo uma das principais demandas de seu público.
E o pior é que boa parte dessa população já não se sente ouvida, em primeiro lugar. O estudo divulgado pela GoodHabitz mostra que 46% dos funcionários brasileiros estão entrando em contato com seus empregadores pedindo mais oportunidades de desenvolvimento pessoal.
No entanto, 67% dos funcionários que pediram mais oportunidades de desenvolvimento pessoal, sentem que seus pedidos não são levados a sério. Em base comparativa, esses números são um pouco mais baixos em nível europeu (51%).
O mais grave disso tudo é que 71% dos brasileiros entrevistados afirma que a falta de oportunidades de desenvolvimento pessoal é motivo para procurar um novo emprego.
Isso se dá muito porque, quando perguntados sobre quem é responsável pelas oportunidades de desenvolvimento pessoal dentro de uma organização, 62% dos funcionários brasileiros acreditam que seus empregadores têm um pouco mais de responsabilidade do que eles.
Aqui temos um ponto interessante sobre a importância de o RH comunicar internamente que toda ação de T&D é uma via de mão dupla. O sucesso de qualquer processo de aprendizagem passa pelo comprometimento da empresa e do colaborador e, nesse sentido, não deve se limitar ao horário de trabalho.
Na prática, nós nunca paramos de aprender e a pesquisa mostra uma predisposição muito positiva para o aprendizado a todo momento e em qualquer lugar: 81% dos funcionários preferem se dedicar ao seu desenvolvimento pessoal tanto no trabalho quanto no conforto de sua própria casa.