Mapeamento realizado pelo GPTW com 14 mil colaboradores mostra que dentro do grupo LGBTQIA+, 58% consideram as boas práticas aplicadas em seus trabalhos ineficientes
O Great Place To Work (GPTW), consultoria global que apoia organizações a obter melhores resultados por meio de uma cultura de confiança, divulga os resultados da pesquisa Diversidade e Inclusão (D&I), realizado com o objetivo de mapear aspectos e características das minorias sociais dentro dos ambientes de trabalho.
Dentre as principais conclusões, o levantamento revela que a grande maioria das pessoas em cargos de chefia, direção e presidência são pessoas cis heteronormativas (92%). No geral, só 10% dos funcionários se autodeclaram LGBTQIA+, estando 8% em cargos de liderança e só 6% ocupando a presidência/diretoria de empresas.
Os LGBTQIA+ também são os que mais escutam piadas e comentários preconceituosos: 24% afirmam terem presenciado com muita ou alguma frequência. O grupo, que considera importante trabalhar em um ambiente inclusivo (72%), ainda é o que passa por situações de discriminação, assédio ou intimidação mais vezes, cerca de 20%.
Mais especificamente, 38% dos pansexuais e 24% dos homossexuais afirmaram terem sofrido alguma discriminação, assédio ou intimidação no trabalho. Entre os heterossexuais o número é de 12%.
“A pesquisa é importante para levarmos em consideração a percepção do funcionário de alguma minoria, e sobretudo, se as práticas e ações que as empresas estão criando realmente estão tendo um impacto. Hoje vemos a pauta de diversidade e inclusão considerada estratégica na agenda corporativa pelas empresas, mas na prática não vemos isso acontecer no sentido de colocar o tema como principal e ter ações voltadas para isso”, declara Raul Valle, consultor e especialista em diversidade do GPTW.
Como balanço geral, a D&I mostra que as políticas de respeito, integração e que tornam um ambiente profissional diverso, estão com uma ligeira retração na importância das diretrizes do mundo corporativo. Além de colocar em prática, por exemplo, processos seletivos para minorias, é primário quebrar estereótipos e preconceitos dos funcionários, começando pelo topo da hierarquia.
“Acho que é falta de preparo da liderança como um todo, quanto do mindset da empresa. Se está no seu “DNA” que somos compostos por uma empresa diversa e inclusiva, dando alinhamentos, cada vez mais vamos conseguir evitar que funcionários LGBTQIA+ se sintam vulneráveis”, acrescenta Valle.
Metodologia de pesquisa
- A Pesquisa de Diversidade & Inclusão foi realizada entre outubro 2021 e junho de 2022.
- Foram coletadas 14.042 respostas. O levantamento, que está em constante atualização, contemplou empresas de vários segmentos, que aplicaram a pesquisa D&I entre seus funcionários de maneira sigilosa.