Você trabalha? Pense no que te rodeia? Líderes, liderados, fornecedores, parceiros, clientes. Quantos deles são seres humanos? Todos, certo? Pois bem, humanos sentem. Como queremos focar em resultados mais rápidos e melhores, descartando que todos estes humanos sentem e tomam decisão pelos sentimentos, precisamos voltar a focar neles, urgente e “pra ontem” e sendo de verdade. Empresas não podem acreditar que ambientes coloridos, mesa de sinuca, frutas e cervejas engajam sozinhos. É preciso pulsar paixão e propósito nos seus colaboradores para que seja um ambiente saudável, verdadeiro e aberto a uma cultura co-criada, leve e sustentável.
Tanto é real, que um estudo realizado pela Universidade da Califórnia revelou que, funcionários felizes são mais motivados, além de ser, em média, 31% mais produtivos, três vezes mais criativos e vendem 37% a mais em comparação aos outros. E isso por quê? Porque são humanos em um ambiente de humanos iguais a eles. No livro “Empresas Humanizadas”, traduzido para o português, os autores David B. Wolfe, Jag Sheth e Raj Sisodia, revelam as empresas tidas como notáveis estão gerando valor emocional, experiencial, social e financeiro, sem deixar de olhar o lado humano.
Na introdução da obra, eles citam que não se trata de seguir uma cartilha do “politicamente correto”, mas refutam que é o único caminho para a vantagem competitiva a longo prazo. O trio traz pontos importantes para a criação deste cenário, olha só:
- As empresas precisam ajudar as pessoas a encontrarem a autorrealização pessoal, dentro do ambiente de trabalho, aquilo que procuram tão desesperadamente.
- Líderes não falem sobre a criação de um ambiente de trabalho produtivo e feliz, mas se empenhem para que ele seja e aconteça de verdade.
- Construa um negócio de alto desempenho baseado no amor.
Para todos estes, é preciso focar no desenvolvimento comportamental. A cultura não se cria colorindo paredes, ela nasce dentro das pessoas. E por que este desenvolvimento deve nascer dentro das empresas? Simples, porque não tivemos essa formação emocional e social, nem na escola e nem na Universidade. Não se fala em autoconhecimento, em se olhar, se valorizar, gerir conflitos ou liderança na nossa formação.
É preciso que a empresa dê a cutucada inicial para que se abra um ambiente confortável e seguro para falar se si mesmo, para errar rápido, para deixar a curiosidade sempre ativa para os colaboradores imaginarem o não óbvio, para entregarem resultados, mas rápido e de uma maneira mais saudável. Para melhorar o mercado, atingir o cliente, primeiro, a marca deve ser capaz de atingir com leveza a pessoa que a desenvolve, nutri para, assim, estimular o colaborador a trazer a personalidade dele de domingo na segunda também, sem personagem ou fantasia. Pessoas de verdade criam marcas e geram impactos verdadeiros para o mundo. Pense nisso!
Maryana Rodrigues é fundadora da Humor Lab.