Habilidades práticas podem ser adquiridas e aprimoradas, mas ímpeto para crescer e se desenvolver é subjetivo e individual
Colunista Mundo RH, Carol Dias, Diretora de RH na Kraft Heinz
O que você analisa primeiro quando recebe um currículo? A experiência profissional? A formação? As habilidades técnicas? Tudo isso é importante, mas não mais do que o potencial de desenvolvimento profissional – algo impossível de ser mensurado.
Não é fácil reconhecê-lo em processos seletivos, mas dá para ter uma ideia nas conversas individuais, quando sentimos na pessoa aquela genuína vontade de aprender e se desenvolver. É o tal do “brilho no olhar”, mas que nem sempre se evidencia com facilidade, já que muitas vezes as pessoas estão nervosas, preocupadas e receosas durante as entrevistas.
Com a prática, os recrutadores e líderes de equipes acabam treinando seu olhar para além dos requisitos técnicos necessários para as vagas, calibrando a percepção de que habilidades práticas podem ser adquiridas e aprimoradas, mas que o potencial de desenvolvimento vale ouro e é subjetivo e individual.
Não à toa, resiliência, flexibilidade e agilidade seguirão pelos próximos cinco anos como algumas das capacidades comportamentais mais relevantes no mercado de trabalho, segundo o relatório Futuro dos Empregos 2023, recentemente lançado pelo Fórum Mundial.
Em Kraft Heinz acreditamos tanto nisso que, por exemplo, não exigimos inglês fluente em nosso Programa de Trainee Internacional 2024, que até 16 de agosto estará com vagas abertas para profissionais residentes do Brasil e do México. Pelo contrário, aos contratados a companhia oferecerá gratuitamente três meses de curso intensivo para aprimorar o inglês antes do início do programa.
Isso porque atrair e desenvolver talentos é uma das nossas maiores prioridades. Temos um compromisso firmado em toda a América Latina de alimentar um futuro com mais oportunidades.
Venho percebendo, ao longo dos anos, que quanto mais autoconhecimento as pessoas têm, melhor tende a ser o seu trabalho. Isso porque elas reconhecem seus pontos fortes e fracos e geralmente têm objetivos bem estabelecidos, o que as tornam mais motivadas e focadas.
Entendo que o autoconhecimento, aliado ao potencial de desenvolvimento, ajuda os profissionais a lidarem com problemas diversos, inclusive os mais complexos, de forma mais resiliente, madura e confiante. Essa capacidade de adaptação em cenários adversos é algo muito buscado e valorizado pelo mercado de trabalho e pelas companhias que estão em constante crescimento.
Reconhecemos cada vez mais o valor da humildade cognitiva e da fome de aprendizado conectados a um mindset flexível. Os mais valiosos profissionais precisam aprender a desaprender para reaprender, essa é uma importante chave para o sucesso, hoje e no futuro.
E é na prática, observando os resultados atingidos por cada colaborador, que constatamos o quanto o potencial de desenvolvimento aliado ao autoconhecimento impulsionam o atingimento de metas individuais e da companhia como um todo.