Hoje, o plano de saúde é o segundo maior custo de uma empresa, respondendo, em média, de 12 a 15% da folha de pagamento. Porém, ao mesmo tempo em que representa um elevado gasto, também é um dos principais fatores de atração. Pesquisas já apontaram o benefício como o terceiro maior desejo do brasileiro, atrás apenas da casa própria e da educação. A melhor forma de equilibrar essa balança é orientar o funcionário a cuidar melhor da própria saúde. E a verdade é que o brasileiro, de uma forma geral, tem hábitos nada saudáveis. Prova disso é que mais da metade da população está acima do peso e quase 50% não pratica atividades físicas.
O homem é o maior ativo de uma empresa. Somente ele é capaz de criar, desenvolver e perpetuar o negócio. A saúde é o seu combustível, o que lhe permite evoluir em todas as suas dimensões. Preservá-la, praticar a prevenção é um ato de autoestima, de responsabilidade consigo, com sua família, com a empresa e com a sociedade. As organizações sabem o quanto é oneroso substituir um profissional estratégico que se afastou de suas funções, subitamente, por razões de saúde. É oneroso sobre vários prismas: da segurança empresarial, da quebra da engrenagem com consequente perda de resultados, além da falta de segurança, baixa do bem-estar entre os pares e aumento do absenteísmo.
Melhorar nossa saúde depende da gestão adequada de quatro instâncias: a pessoal, a profissional, a física e a emocional. Mais de 70% das doenças têm relação com o estilo de vida, e a genética entra com apenas 17% nessa conta. A identificação das situações estressantes, aliada ao entendimento das emoções e dos comportamentos mal adaptados que elas produzem, é tão importante quanto identificar os hábitos prejudiciais à saúde. É preciso que o indivíduo tome as rédeas do seu próprio cuidado.
Porém, não é fácil promover mudanças sem apoio. A maior parte das pessoas costuma alegar falta de tempo para realizar os exames preventivos. Por isso, é preciso que a saúde seja um item primordial dentro da estratégia das organizações. Especificamente no caso dos executivos, profissionais responsáveis pelas decisões que determinam o norte da empresa, a pressão do cargo por si só já envolve um estresse onipresente e que se apresenta como grande ameaça, o que abre as portas para vários males.
Estabelecer uma rotina de exames preventivos significa, para a empresa, identificar os fatores de risco para a saúde de quem responde pela gestão da organização. No atual momento do mercado de trabalho, em que há dificuldades para encontrar executivos qualificados para gerir as organizações em tempos difíceis, ver um gestor se afastar por uma doença que poderia ser prevenida, pode afetar a sustentabilidade da instituição. Toda mudança de hábito exige vontade e disciplina. Ações voltadas para a prevenção desenvolvidas pelas organizações podem auxiliar a enfrentar esse desafio, ao buscar conscientizar o seu quadro de funcionários e, por consequência, melhorará os resultados do negócio.
Por Gilberto Ururahy – diretor médica da Med-Rio Check-Up