Nos últimos meses, a vacinação no Brasil acelerou. Hoje em dia mais da metade da população tomou, pelo menos, a primeira dose do imunizante contra a covid-19 e os números de casos/mortes tiveram uma grande redução. Por conta desses dados, depois de mais de um ano e meio de pandemia, as empresas que mantiveram o regime de home office durante todo o tempo tentam planejar como será o modelo de trabalho no futuro. Aquelas que pretendem voltar ao trabalho presencial encontram uma barreira: os funcionários preferem o modelo híbrido.
Uma pesquisa feita pela consultoria de recursos humanos Adecco apontou que 40% dos entrevistados preferem o sistema híbrido e 33% o home office. A volta ao regime presencial é a preferência de apenas 16% dos profissionais.
Segundo o sócio fundador da Warana Treinamentos e Consultoria e especialista em desenvolvimento humano, Jonas Duarte, para ser justo e conseguir acolher os diferentes perfis nessa volta ao presencial é necessário entender o que cada um prefere. “Na minha opinião o grande erro é esse, ter uma regra geral para todos. Precisamos olhar para cada indivíduo, entender a sua necessidade e dar essa estrutura personalizada”, explicou Jonas que ainda acrescentou que o papel do líder nesse processo será essencial: “Cabe a ele olhar para a situação de seus liderados, entender o papel/perfil de cada um e, com isso, oferecer a melhor opção.”
Sobre a possibilidade de flexibilizar horários e jornadas, Jonas cita a própria empresa como um exemplo. “Aqui na Warana não obrigamos ninguém a cumprir horas determinadas. O máximo que temos são reuniões pontuais para verificar a produção e os resultados. O mais importante nesses casos é saber que a gestão do tempo individual se torna algo imprescindível para o colaborador. Nesse novo modelo, o funcionário vai ter um líder que irá direcioná-lo, porém será o seu próprio gestor.”, esclareceu.
Uma das principais funções do líder é manter a equipe alinhada. E o grande desafio no sistema híbrido é fazer com que a liderança desenvolva uma comunicação clara e unificada, de modo que continue sendo presente e eficaz. Para Jonas, a receita para alcançar esse objetivo é simples: “Devemos inspirar, pensar nas pessoas e colocá-las sempre no lugar de tarefas. Quando falamos de pessoas na nossa agenda, entendemos que vamos parar, literalmente, parar ter reuniões com elas, percebendo quem são, aonde querem ir, se estão alinhadas, qual o propósito delas e se estão inspiradas pelo objetivo da organização. Criar essa relação de confiança com o seu liderado faz muita diferença.
O líder não vai mais olhar só resultado, tarefa e meta, vai olhar para as pessoas e entender se elas estão realmente envolvidas nesse processo. Isso é essencial, os colaboradores precisam se sentir parte de algo maior, estarem engajados e empoderados, para que a gente possa ter um híbrido que traga resultados.”, finalizou.