Uma das maiores preocupações das empresas, de acordo com o Guia Salarial 2022 da consultoria Robert Half, está na atração e retenção de talentos. Neste cenário, a gestão de benefícios assume um papel ainda mais estratégico na percepção de valor que os funcionários fazem das organizações. Para investigar como o tema está sendo endereçado dentro das empresas, a Pontomais, startup em gestão de ponto online e soluções de desburocratização de processos de RH, lança a nova edição de sua pesquisa anual, o Censo de Benefícios 2021.
Como parte fundamental para a aplicação do employer branding, o primeiro ponto analisado foi o alinhamento entre benefícios e estratégias dentro das empresas, considerado importante por mais de 90% das 150 organizações respondentes; dessas, 53,4% afirmam que pensam nos benefícios para a retenção de talentos e 38,2% como estratégia de employer branding. Apenas 7,6% dos entrevistados os veem como uma obrigação.
Se desde 2020 os benefícios passaram a ter papel decisivo para funcionários e candidatos, neste ano a inovação será peça-chave para as organizações. Com o modelo híbrido em alta, a tendência em 2022 é manter os benefícios do home office e investir em incentivos de retorno ao escritório. “Arcar com o desconto oficial do Vale Transporte, melhorar o Vale Gasolina ou realizar parcerias com aplicativos de mobilidade será importante para incentivar as equipes”, comenta Hendrik Machado, CEO da Pontomais.
Conhecido como o benefício mais tradicional no País, o vale-transporte depositado nos cartões municipais é o mais utilizado por quase 20% das empresas entrevistadas. Já o vale-combustível ainda é pouco difundido no Brasil e tem espaço para crescer: 30,5% dos respondentes afirmaram não proporcionar o benefício; contudo, mesmo entre os que oferecem, 33,6% alegam entregar um valor irrisório, entre R$6 e 15.
No que diz respeito ao Vale-Refeição, quase metade (43,5%) das empresas entregam um valor médio diário entre R$16,00 e R$25,00, enquanto a faixa entre R$26,00 a R$35,00 é praticada por 22,9% das empresas. Nos dois extremos, 8,4% pagam menos de R$15,00 e apenas menos de 5% dão aos seus funcionários um montante acima de R$36,00. Com relação ao Vale-Alimentação, a quantidade de empresas que não oferecem (35,9%) é praticamente a mesma daquelas que pagam mais de R$300,00/mês (38,9%). Ou seja, quando ofertado, o Vale-Alimentação é visto como algo extremamente valioso para os funcionários, indo além dos valores simbólicos.
Na categoria de demais benefícios oferecidos, o plano de saúde lidera o ranking (86,5%) seguido por vale-creche e vale-academia, respectivamente, em uma lista que também inclui itens como auxílio-estudo e cursos de idiomas. Contudo, apesar de a gestão de benefícios ser vista como algo que agrega valor para as marcas, aqueles que vão além dos tradicionais ainda são pouco explorados.
Personalização para atender às equipes
Para Machado, posto que VT, VA e plano de saúde já são considerados como o mínimo esperado por candidatos e funcionários, as empresas que diversificarem em 2022 se destacarão, desde que foquem naqueles itens que geram valor para o perfil de sua empresa. Assim, uma revisão periódica é fundamental para que os RHs garantam que estão oferecendo os benefícios mais adequados aos seus funcionários.
“A principal intenção do programa de benefícios é proporcionar a qualidade de vida e fazer com que a percepção da marca empregadora seja cada vez mais atraente para os colaboradores. As empresas precisam entender que o objetivo é que eles sejam endereçados para as pessoas corretas, mesmo que seja apenas uma porcentagem do seu time. Com isso, geramos mais valor de marca e conseguimos reter os talentos que fazem uso deles”, aponta Hendrik.
Uma vez que estão diretamente relacionados ao conceito de salário emocional – isto é, a fatores motivacionais dentro das corporações – cabe às empresas também o papel de incentivar seus funcionários a desfrutarem dessas melhorias. “Se queremos que a equipe faça mais atividades físicas ou que as pessoas leiam mais, não basta oferecer o convênio com a academia e o vale cultura, a organização deve estimular que seu time realmente faça uso das vantagens oferecidas. Envolver os funcionários e tê-los como guardiões da marca é uma boa maneira de fazer isso”, afirma Machado.
O novo momento dos benefícios reflete a transformação na relação entre as empresas e colaboradores ao longo dos anos. “O que podemos concluir de tudo visto até agora é que ainda há muito a ser trabalhado nas empresas quando o assunto é a gestão e a diversificação. O cenário de benefícios e a busca por profissionais ainda melhores andarão de mãos dadas nos próximos anos”, finaliza Machado.
Sobre o Censo de Benefícios: Gerentes financeiros, RHs e empreendedores de mais de 150 empresas de todo o Brasil participaram da coleta de dados, realizada entre agosto e setembro de 2021, sendo a maior parte delas (25,2%) relacionada com o setor de tecnologia, seguida por organizações dos segmentos de Indústria e de Recursos Humanos. A pesquisa contou, ainda, com setores como Educação, Saúde, Construção, Serviços Financeiros, Contabilidade, Transportes, Comunicação/Marketing, Agronegócio, entre outros.