Saúde mental no ambiente de trabalho: como as empresas podem fazer a diferença.
Por Deuk Soo Yeo, fundador e CEO da NAMU
Mais de 300 milhões de pessoas sofrem com a depressão globalmente, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o cenário também é preocupante: 56% dos brasileiros nunca buscaram ajuda profissional para lidar com a ansiedade.
Diante desse quadro, um estudo publicado no The BMJ, que analisou mais de 200 pesquisas, revelou que exercícios como corrida, treino de força, yoga e dança, em qualquer intensidade, são benéficos para aliviar e prevenir sintomas depressivos.
No entanto, se a atividade física é tão importante para o bem-estar, tanto físico quanto mental, por que tantas pessoas ainda não se exercitam?
A resposta está na falta de incentivo. Muitas pessoas citam a falta de tempo e de disposição como as principais barreiras para a prática de exercícios.
O papel das empresas no bem-estar
Desde a primeira semana de 2025, a síndrome de burnout passou a ser classificada como uma questão de saúde pública no Brasil e foi incluída na lista de doenças ocupacionais da Classificação Internacional de Doenças (CID) da OMS. Essa mudança regulatória reforça a urgência de as empresas adotarem medidas eficazes para lidar com o problema.
Diante desse cenário, algumas iniciativas empresariais podem ser estratégicas para promover o bem-estar dos colaboradores, como:
✅ Permitir que os colaboradores organizem sua rotina com horários flexíveis;
✅ Conceder folgas ou intervalos específicos dedicados à saúde mental;
✅ Oferecer planos de academia, aulas de yoga ou outros esportes;
✅ Viabilizar o acesso a aplicativos que incentivam a prática de exercícios e o autocuidado.
Atualmente, essas tecnologias são peças-chave na promoção do bem-estar, oferecendo soluções digitais e super apps que tornam a atividade física ainda mais acessível.
Além disso, estabelecer parcerias com plataformas digitais que oferecem acompanhamento e programas personalizados, como monitoramento de saúde e teleatendimento, pode ser um passo estratégico para as organizações. Essas iniciativas ajudam os colaboradores a manter uma rotina saudável, mesmo em meio a um cotidiano atribulado, promovendo tanto o cuidado quanto a prevenção.
A empresa não deve agir apenas quando os problemas já estão evidentes, mas sim investir em estratégias de prevenção. Isso inclui:
📊 Realização de pesquisas regulares sobre o clima organizacional;
📡 Uso de dispositivos que detectam alterações sutis nos sinais vitais, indicativos de estresse e cansaço excessivo;
🧘 Disponibilização de plataformas de acompanhamento psicológico, que ofereçam momentos para relaxamento e meditação, promovendo um equilíbrio entre corpo e mente.
Saúde como pilar estratégico
Para além do aumento da produtividade e satisfação dos colaboradores, em um cenário mundial onde milhões de pessoas são acometidas por depressão e ansiedade, investir em bem-estar corporativo é uma questão de responsabilidade social.
Empresas que se dedicam a cuidar da saúde mental e física de seus profissionais criam ambientes de trabalho mais saudáveis e reduzem afastamentos por doenças relacionadas ao estresse. Incentivar a atividade física contribui diretamente para a diminuição desses índices alarmantes.
A saúde dos colaboradores deve ser tratada como prioridade. Organizações que compreendem essa responsabilidade não apenas fortalecem sua cultura organizacional, mas também promovem um impacto positivo duradouro na vida de seus profissionais.