Estudo revela concentração de renda no topo da profissão.
A vida de luxo frequentemente exibida por influenciadores digitais nas redes sociais é, na verdade, privilégio de uma pequena parcela desse mercado. A 5ª edição da pesquisa Creators e Negócios, realizada pela Brunch e YOUPIX, revelou que metade dos criadores de conteúdo no Brasil ganha até R$ 5 mil mensais, enquanto apenas 6% têm rendimentos acima de R$ 20 mil.
Os números da distribuição de renda entre influenciadores
Segundo o levantamento, os rendimentos mensais dos influenciadores digitais brasileiros estão distribuídos da seguinte forma:
- Até R$ 2.000: 19,24%
- Entre R$ 2.001 e R$ 5.000: 31,44%
- Entre R$ 5.001 e R$ 10.000: 28,73%
- Entre R$ 10.001 e R$ 20.000: 14,36%
- Entre R$ 20.001 e R$ 50.000: 4,34%
- Entre R$ 50.001 e R$ 100.000: 1,36%
- Acima de R$ 100.000: 0,54%
Esses dados deixam evidente a concentração de renda no topo da profissão, onde menos de 5% dos criadores ultrapassam a marca de R$ 50 mil mensais.
Os desafios do mercado de influência digital
Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation e especialista em marketing de influência, aponta que diversos fatores contribuem para essa desigualdade, como a competitividade do mercado e a dependência de algoritmos. “O crescimento exige mais do que seguidores. É preciso investir em conteúdo de qualidade, relevância e parcerias estratégicas. O engajamento é mais importante do que o número de seguidores, e o sucesso financeiro vem de forma gradual, com a construção de uma audiência engajada e uma imagem sólida”, explica.
Gonçalves também destaca que os algoritmos das plataformas favorecem conteúdos que já possuem alto engajamento, dificultando a visibilidade para novos criadores. Além disso, o mercado de influência está cada vez mais exigente, valorizando parcerias de longo prazo. “Um empresário ou agente pode ser crucial para lidar com os trâmites comerciais, permitindo que o criador foque no processo criativo”, afirma.
Fontes de renda: o conteúdo como principal, mas não único sustento
O estudo também revelou uma redução na proporção de influenciadores que vivem exclusivamente da criação de conteúdo. Em 2023, 37,8% tinham essa atividade como única fonte de renda, mas em 2024 o índice caiu para 32,52%. Outros 24,12% conciliam a criação de conteúdo com um trabalho fixo (CLT ou PJ), enquanto 15,72% criam conteúdo para promover seus próprios produtos ou marcas.
“Embora a criação de conteúdo ainda seja a principal fonte de renda para muitos influenciadores, a maioria precisa diversificar suas atividades para garantir estabilidade financeira”, destaca Gonçalves.
Construção de uma carreira sustentável
A pesquisa ressalta que o caminho para altos rendimentos na influência digital exige tempo, recursos e estratégias bem definidas. “Autenticidade, consistência e transparência são fundamentais para se destacar. Criadores que investem em uma marca pessoal sólida têm mais chances de atrair parcerias consistentes e reduzir a dependência de outras ocupações”, explica Gonçalves.
Segundo ele, o apoio estratégico de um agente pode ajudar influenciadores a navegar os desafios do mercado, ampliando oportunidades e garantindo estabilidade financeira. “A Viral Nation trabalha para apoiar talentos na construção de parcerias de longo prazo, desenvolvendo uma presença de marca autêntica que os ajude a viver exclusivamente da criação de conteúdo”, conclui.
Metodologia da pesquisa
A pesquisa foi realizada entre 13 de agosto e 23 de setembro de 2024, com 369 respostas válidas de criadores de conteúdo em todo o Brasil. A iniciativa foi liderada pela agência Brunch em parceria com a consultoria YOUPIX.