Uma pesquisa realizada pela Olivia – consultoria especializada em promover processos de transformação nas organizações, com pessoas no centro das mudanças – apontou que 64% das empresas brasileiras têm uma área específica destinada à inovação, enquanto outros 36% não contam com esse setor. Embora a pandemia tenha contribuído para uma maior preocupação com o tema, em razão das transformações ocasionadas pelo momento, os dados do levantamento revelam que as organizações ainda não colocam as pessoas como o centro das mudanças.
Aproximadamente metade dos executivos (48%) afirmaram que a inovação de sua empresa é Top-Down (modelo no qual as decisões são tomadas pela alta administração e repassadas aos colaboradores para serem executadas), 38% disseram que é Bottom-Up (modalidade que abre espaço para a participação dos demais profissionais nas tomadas de decisão) e 14% relataram que não há um modelo definido. Porém, quando questionados sobre a principal barreira para a inovação nas empresas, 44% dos executivos apontaram os processos, seguido de cultura (22%), modelo de gestão (17%) e tecnologias (17%).
“Um problema comum no modelo Top-Down é que muitos líderes não têm a conexão direta e efetiva com clientes ou colaboradores para promover as transformações necessárias e, inclusive na maioria das vezes, impactam no processo decisório e atraso das inovações. Os executivos afirmam que a inovação de sua empresa é Top-Down, e ao mesmo tempo, todos apontam que o foco será continuar apostando em novos produtos e serviços”, comenta Reynaldo Naves, sócio e country manager da Olivia Brasil. O especialista explica que o sucesso dos processos de inovação está diretamente ligado às transformações culturais, que por sua vez dependem de alinhamento e aproximação entre o top management (alta gestão) e o middle management (média gestão), que são as pessoas que fazem acontecer a mudança no dia-a-dia de clientes e colaboradores.
A pesquisa realizada pela Olivia também apontou que o principal ingrediente para um mindset inovador é a colaboração (56%), seguida da criatividade (23%), confiança (17%) e empatia (4%). “Na primeira pesquisa que realizamos no início da pandemia, a maior parte dos executivos escolheu a criatividade como o item mais importante, não a colaboração, porque não tinham visibilidade do futuro. Mas agora se dão conta que as companhias precisam responder aos desafios de um mar cada vez mais imprevisível e que as grandes ideias, frequentemente, vêm das equipes da ponta e não dos altos escalões, explica Naves.
As pessoas são parte essencial desse processo de transformação das organizações, portanto o capital humano é o que ajudará as empresas a se adaptarem e a sobreviverem às mudanças que serão cada vez mais rápidas, independente da pandemia. “O contexto atual será cada vez mais frágil, não-linear e incompreensível, no qual convergem além da pandemia global, as crises políticas e inovações tecnológicas, e é por isso que os líderes, como o pilar da cultura organizacional, deverão potencializar suas hard e soft skills para inspirar, direcionar e engajar seus colaboradores, que efetivamente realizarão as mudanças necessárias.”, sinaliza o sócio e country-manager da Olivia Brasil.