Estudo do Instituto Locomotiva revela otimismo no mercado, enquanto casos como o da Embraps destacam o papel do atendimento humanizado e da valorização dos colaboradores no sucesso empresarial.
A gestão de pequenas e médias empresas (PMEs) é sempre desafiadora, mas o futuro se apresenta promissor. De acordo com o estudo “Cabeça de Dono”, realizado pelo Instituto Locomotiva, quase 60% das PMEs no Brasil esperam expandir seus negócios em 2025. Das demais, 38% pretendem manter o mesmo porte, e apenas 2% planejam redução.
Estratégias para crescer com solidez
Entre os exemplos de empresas que apostam na expansão está a Embraps, especializada em facilities e sediada na Baixada Santista. A empresa registrou um crescimento de 20% em 2024 e projeta uma expansão adicional de 15% para 2025.
Para o diretor da Embraps, Rodolfo Quaresma, a chave para esse avanço está no equilíbrio entre retenção de clientes, crescimento estável e um forte compromisso com atendimento humanizado.
“O objetivo de toda empresa é expandir, mas sem comprometer a qualidade no atendimento aos clientes e o cuidado com os colaboradores. Investimos em entender o mercado, identificar oportunidades e, acima de tudo, reter nossos clientes atuais”, afirma Quaresma.
Nos últimos quatro anos, a Embraps aumentou significativamente seu quadro de funcionários, passando de 280 contratações em 2020 para 676 até setembro de 2024, totalizando mais de 1.700 colaboradores que atendem cerca de 350 clientes em diversos segmentos, como condomínios residenciais, empresas e hospitais.
Tecnologia e humanização: o equilíbrio perfeito
Um dos grandes desafios enfrentados pela Embraps foi adaptar seus serviços às portarias remotas, tecnologia que está presente em mais de 12 mil condomínios no Brasil, segundo a ABESE (Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança). A empresa encontrou um equilíbrio ao oferecer opções híbridas que combinam tecnologia e mão de obra humana, mantendo a eficiência operacional sem abrir mão da proximidade com os clientes.
“A integração da tecnologia à rotina humanizada aumentou a produtividade e aprimorou a experiência do cliente. Apesar das mudanças, a profissão do porteiro físico segue indispensável em muitos contextos”, explica Quaresma.
Treinamento e qualificação como diferencial competitivo
Outro pilar do sucesso da Embraps é o investimento em treinamento contínuo. De acordo com a Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), 94% das empresas brasileiras definem um orçamento anual para treinamento, e a Embraps segue essa tendência.
A empresa oferece programas de formação inicial, reciclagem técnica e comportamental, além de treinamentos para cargos de liderança.
“Os treinamentos contínuos permitem que nossos colaboradores atinjam seu potencial máximo, acompanhando as demandas de um mercado em constante transformação”, reforça Quaresma.
Valorização do capital humano: a base do sucesso
Para Quaresma, o capital humano é o maior ativo de qualquer empresa. Durante a pandemia da Covid-19, a Embraps demonstrou isso ao não demitir nenhum funcionário, mesmo diante das dificuldades econômicas. A estratégia incluiu reuniões diárias para alinhar decisões, antecipação de férias e ações rápidas para atender às demandas dos clientes.
“Além de preservar nossos empregos, conseguimos reter clientes e atrair novos, que reconheceram nosso trabalho durante um período tão desafiador”, destaca o diretor.
Lições para o futuro
Com base em exemplos como o da Embraps, fica evidente que práticas como a valorização do colaborador, investimento em tecnologia e atendimento humanizado são essenciais para impulsionar o crescimento das PMEs no Brasil. O otimismo demonstrado por quase 60% dos empresários no estudo do Instituto Locomotiva reflete não apenas um desejo de expansão, mas também um movimento concreto em direção a um mercado mais sólido e sustentável.
No mundo empresarial, ir longe significa crescer de forma inteligente e alinhada às necessidades das pessoas que tornam esse crescimento possível: os colaboradores e os clientes.