Pesquisa revela insatisfação alarmante com benefícios corporativos, destacando a necessidade de estratégias personalizadas e alinhadas às expectativas dos colaboradores para melhorar engajamento e retenção nas empresas.
Um dado preocupante para os gestores de RH: 43,8% dos trabalhadores estão insatisfeitos com os benefícios oferecidos por suas empresas, segundo o Panorama Gestão de Pessoas Brasil, pesquisa da Sólides. Entre colaboradores operacionais, a insatisfação é ainda maior, atingindo 54,9%. Esses números apontam para um desafio crescente: a necessidade de rever as estratégias de benefícios corporativos, especialmente nas pequenas e médias empresas (PMEs), para atrair e reter talentos em um mercado cada vez mais competitivo.
Benefícios mal planejados afetam engajamento e retenção
Para Távira Magalhães, diretora de RH da Sólides, oferecer um pacote de benefícios eficiente é mais do que um diferencial; é uma necessidade estratégica. “Para atrair e reter talentos, é crucial planejar um programa que atenda às expectativas dos colaboradores e esteja alinhado à cultura e à realidade financeira da empresa”, explica.
A especialista destaca que os benefícios corporativos impactam diretamente a satisfação, o engajamento e a produtividade das equipes. Quando mal estruturados, podem levar ao descontentamento e, consequentemente, ao aumento do turnover, um dos maiores desafios para as PMEs.
Como criar um programa de benefícios eficiente?
Um programa de benefícios eficiente começa com uma escuta ativa dos colaboradores. “É essencial entender o que a equipe valoriza. Isso pode ser feito por meio de pesquisas internas e ferramentas, que ajudam a identificar perfis comportamentais e alinhar as necessidades da equipe ao que a empresa pode oferecer”, aconselha Távira.
Além de ouvir os funcionários, outros dois pilares são indispensáveis para o sucesso:
- Cultura da empresa: Os benefícios devem refletir a identidade organizacional. “Coerência entre a cultura da empresa e o programa de benefícios é fundamental para criar um ambiente de trabalho alinhado aos valores institucionais”, reforça.
- Análise de mercado: Monitorar os benefícios oferecidos por concorrentes é essencial para manter a competitividade e atrair talentos no setor.
Sustentabilidade financeira e valorização da equipe
Apesar de a competitividade ser importante, o planejamento financeiro deve ser prioridade. “Benefícios que extrapolam o orçamento podem se tornar insustentáveis, prejudicando a empresa a longo prazo. Muitas vezes, o mais importante não é o custo do benefício, mas a percepção de valorização dos colaboradores”, destaca Távira.
Gestão estratégica: o segredo para retenção e produtividade
Uma gestão estratégica de benefícios vai além da oferta inicial: trata-se de um processo contínuo de análise, ajuste e alinhamento. O objetivo é garantir que o programa esteja sempre atendendo às demandas dos colaboradores e contribuindo para um ambiente de trabalho saudável e produtivo.
“Um programa bem estruturado reduz a rotatividade, promove a coesão das equipes e minimiza conflitos internos. Para as PMEs, esses resultados são críticos para o crescimento sustentável e o sucesso organizacional”, conclui Távira.
Alerta para o RH: Os números apresentados pela pesquisa mostram que é hora de repensar a estratégia de benefícios. Ignorar essa realidade pode custar caro em termos de engajamento, produtividade e retenção de talentos. A solução? Planejar, ouvir e alinhar as expectativas para construir um programa eficaz e sustentável.