Os anos foram passando e as responsabilidades aumentaram. Casa, filho, trabalho, atividades sociais e compromissos do final de semana, são incontáveis. Acordar em cima da hora, fazer tudo na “loucura” e mil coisas ao mesmo tempo. Não funcionava mais pra mim.
Parei, respirei e recomecei. Foram mil mudanças que fizeram o dia render mais. Pode parecer simples, não é.
O corpo precisa de readaptação, o cérebro entender que os horários mudaram e a vida também. Para quem está acostumada com uma determinada rotina, uma mudança, mesmo que seja pequena, no início gera alguns desconfortos.
A prática frequente e a persistência vão ajudar a inserir no contexto diário. Não existe fórmula mágica. Existe organização e comprometimento.
Com calma e paciência, essas pequenas mudanças vão ditando melhorias significativas no dia a dia. E em si mesma.
A prova é que quando se tornar “natural” o organismo irá reagir também naturalmente.
A mudança de comportamento é o grande desafio. Os neurocientistas comprovaram que toda habilidade é aprendida. Nossos cérebros são flexíveis e capazes de formar novos caminhos neurais durante toda a nossa vida.
Quanto mais praticamos, melhor ficamos. Não há como negar. Quando repetimos um comportamento várias vezes, torna-se um hábito.
Dentre muitas alterações nas tarefas diárias, compartilho algumas simples, mas não menos importantes, que tem me ajudado a coordenar com eficiência um dia corrido e agitado.
1) Estudar às 6h da manhã. A mente está leve e clara, ainda não envolvida nas muitas conversas internas que temos quando nos preparamos para o nosso dia. Há mais concentração e quase nenhuma interrupção, muitas boas ideias surgem neste horário.
2) Deixar tudo organizado no dia anterior. Deixo a casa organizada, mochila do filho em ordem, compromissos do trabalho revisados, roupas prontas e tudo no seu devido lugar. O dia seguinte é muito melhor. Já levanto sabendo que está tudo preparado. Dá um alívio e sensação que o tempo foi melhor aproveitado.
3) Estar 100% presente. Segundo pesquisadores, em mais ou menos 50% do tempo estamos fazendo uma coisa e pensando em outra. Se estiver numa reunião com cliente, esqueço que o celular existe. Se estiver brincando com meu filho, estou ali por completo. Se for para assistir um filme, um café aos domingos com os amigos é preciso estar 100% presente e sem desvios de atenção. Trabalho nisso todos os momentos e todos os dias. Tarefa árdua nos dias de hoje.
4) Dizer Não. Com o tempo, a idade e maturidade dizer “não” é libertador. Não há culpa nisso. Recentemente recebi um convite especial para participar de um workshop em um sábado. Se eu queria ir? Muito. Recusei. Tinha um compromisso com meu filho que sempre é prioridade.
Uma pesquisa realizada na Universidade da Califórnia, em Berkeley, mostrou que, quanto mais dificuldade você tem em dizer não, maior a probabilidade de sentir estresse, exaustão e até depressão.
5) Levar o essencial quando viajo. Estou sempre viajando. Viagens de três dias, uma semana, não importam. Passei de fase. A vaidade de levar roupa pra escolher não existe mais. Levo somente o necessário. E não sinto falta. Pouca bagagem é mais prático, rápido e funcional.
6) Leitura diária. Eis ai o motivo de vez em quando eu almoçar sozinha. A leitura diária me faz viajar nas histórias propostas pelos livros. Aviva a mente criativa. Faz-me sentir viva. O discurso melhora. Estou relendo “Eu sei porque os pássaros cantam na gaiola” de Maya Angelou.
Tem uma das frases mais impactante que eu já li “Não existe agonia maior do que guardar uma história não contada dentro de você”.
7) Orar todos os dias. Este é o momento mais precioso em família e, ao mesmo tempo, pessoal. A paz que excede todo entendimento está no momento da oração.
“Nada é permanente, exceto a mudança.”
Por Simone Ramos – gerente comercial, risk manager pela Alarys e especialista em grandes riscos. Colunista da AMMS – Associação de Mulheres do Mercado de Seguros.