Dados exclusivos revelam salários, trajetória e dilemas das principais lideranças empresariais no Brasil.
Quem são, onde estão e quanto ganham os CEOs brasileiros? O mais recente levantamento do FESA Group, em parceria com a TM20 Branding, lança luz sobre as figuras por trás das decisões estratégicas das maiores empresas do País. Os dados trazem revelações intrigantes, expondo o que está por trás das paredes das salas de diretoria e revelando os altos e baixos do comando empresarial.
Com uma remuneração média mensal de R$ 98.000,00 e um regime de contratação majoritariamente estatutário (92,9%), o levantamento não se limita apenas ao quanto esses líderes recebem, mas também expõe a pressão e os desafios que enfrentam. Em uma surpreendente amostra, o maior salário identificado foi de R$ 215.000,00, enquanto o menor chegou a R$ 69.500,00, números que sinalizam a disparidade e complexidade do papel dos CEOs no Brasil.
Entre as dificuldades apontadas, 70,6% dos CEOs afirmam que as estratégias corporativas representam seu principal desafio, seguidas de perto por questões de liderança e gestão de pessoas (64,7%). Para Renata Silva, especialista em desenvolvimento organizacional, esses dados refletem a carga intensa que esses profissionais carregam: “Ser CEO exige um jogo de equilíbrio entre visão estratégica e a gestão de talentos, o que pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma empresa.”
Geograficamente, a maioria dos CEOs brasileiros está concentrada no Sudeste (71%), enquanto outros 21% ocupam posições no Sul e 8% no Centro-Oeste. E não são novatos: 80% dos líderes estão em seus cargos há mais de cinco anos, muitos com trajetórias de uma década ou mais.
Autonomia e poder de decisão: até onde vão as ordens dos CEOs?
A pesquisa também revela um dado surpreendente sobre o poder decisório dessas lideranças: mais da metade dos CEOs possui autonomia significativa em suas decisões. Apenas 6% têm total liberdade para agir sem consultar acionistas, enquanto 47% desfrutam de autonomia estratégica, com apenas consultas mínimas ao conselho de administração. Para as decisões operacionais, 44% relatam precisar da aprovação do conselho apenas em casos estratégicos. Esse nível de independência tende a ser comum em empresas de capital fechado, que constituem 82,4% dos casos observados.
Rendimentos, gênero e a desigualdade no topo
Apesar dos altos salários e da responsabilidade, a liderança empresarial brasileira ainda enfrenta um abismo quando se trata de igualdade de gênero. A pesquisa expõe uma disparidade significativa: 94,1% dos CEOs são homens, enquanto as mulheres ocupam apenas 5,9% dessas posições. Essa diferença levanta questões sobre a diversidade nas salas de decisão e a representatividade nos cargos mais altos.
À medida que a FESA Group e a TM20 Branding lançam os dados, surge uma visão clara: ser CEO no Brasil é um exercício de resistência, visão e habilidade, mas também um cenário onde obstáculos estruturais e desafios pessoais estão sempre à espreita. A liderança empresarial está, portanto, diante de um dilema complexo: adaptar-se ou correr o risco de ser superada em um mercado que exige cada vez mais inovação, empatia e estratégia.