A presença de mulheres em cargos de especialistas e liderança foi 168% maior em 2021 em comparação com 2020. É o que afirma a Randstad, consultoria global de Recursos Humanos, em levantamento realizado em mais de 700 empresas brasileiras. No recorte racial, o salto foi de 115% de mulheres negras no mesmo período. As profissionais do gênero feminino contratadas no ano passado com curso superior e pós graduação foi 58% maior que em 2020.
Apesar de alguns avanços, a disparidade de gêneros é bem acentuada em alguns setores. De acordo com a Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologias Digitais (Brasscom), mulheres representam apenas 36% dos profissionais do setor, enquanto homens são 64%. Ainda de acordo com a entidade, ao olharmos para a formação de profissionais na área de tecnologia, a desproporção dos gêneros é ainda maior: 14% são mulheres e 85% são homens.
Dados da Randstad evidenciam a disparidade de gêneros no setor de tecnologia. Nas vagas trabalhadas pela empresa, apenas 19% das posições foram ocupadas por mulheres no ano passado. Para reduzir essa diferença, a consultoria vem investindo em iniciativas de capacitação. Em 2021, por exemplo, patrocinou 100 bolsas de estudo para mulheres aprenderem programação no curso Eu ProgrAmo, da startup Programaria, que tem o propósito de aumentar a representatividade de mulheres e pessoas da comunidade LGBTQIA + no setor. “Investir em desenvolvimento feminino é aumentar a diversidade nas corporações e contribuir para o consequente desenvolvimento do país. Com capacitação, essas profissionais adquirem os instrumentos necessários para ocuparem cada vez mais espaços nas empresas, que têm sofrido com déficit de profissionais para atender as demandas do mercado.” afirma, Fabio Battaglia, CEO da Randstad no Brasil.
“Há avanços a serem celebrados, como o aumento da presença feminina em posições de liderança. Porém, não podemos perder nossos olhares vigilantes, pois mulheres ainda são sub-representadas, em especial as mulheres negras. Ainda tem muito trabalho a ser feito para que profissionais do gênero feminino possam exercer seus potenciais de maneira completa. Os números apresentados pela Randstad mostram que discussões e ações afirmativas de inclusão podem levar os agentes econômicos do país a terem ambientes mais diversos e acolhedores para todas as pessoas. Quando investimos em diversidade, todos ganham”, finaliza Battaglia.
