Uma das tendências que deve pautar as decisões do RH em 2019 é o recrutamento preditivo. O termo é ainda desconhecido e novidade para a área. Se utiliza de práticas de big data (conjunto de dados), visando um processo seletivo inteligente e capaz de atender às diversas necessidades corporativas. O impacto negativo trazido por contratações equivocadas, prejudica a saúde financeira da companhia, a construção da marca e até mesmo a disputa pela preferência do candidato pela concorrência, já que hoje as informações circulam de forma muito rápida.
Mais do que nunca, o uso de tecnologias como machine learning e algoritmos estatísticos prevê acontecimentos, antecipa problemas, assim como aumenta a probabilidade de fidelização de um cliente ou de uma rescisão de contrato, por exemplo. Recrutar pessoas é uma atividade que pode se valer do mesmo raciocínio.
“A tecnologia traz a possibilidade de potencializar e ser mais assertivo na hora de iniciar um processo de R&S. O recrutamento preditivo pode-se prever o aumento de faturamento na área de vendas, por exemplo, a partir da análise de dados dos melhores perfis e de performance de quem está vendendo mais. O que acontece atualmente é que, a maioria das empresas não sabem ao certo as características necessárias que devem buscar nos candidatos para ocupar uma determinada vaga. Se você não sabe o que procura, como pode ter êxito na contratação?”, diz Marcel Lotufo, co-fundador e CEO da Kenoby, software de recrutamento e seleção.
O recrutamento preditivo é um dos aspectos que marcam a atuação de um RH estratégico, voltado para a tomada de decisão e atuante como braço direito dos CEOs e diretores. “A mudança de mentalidade é muito importante, bem como a adesão de novas tecnologias que ajudam a empoderar o RH na tomada de decisão, tornando o processo mais ágil e inteligente.”, diz o executivo que chegou a atuar como headhunter no mercado.
A era dos dados
Além da otimização de tempo em todo o processo, a probabilidade de que a contratação seja mais coerente com as necessidades e objetivos de negócios da empresa aumenta muito. Hoje, os recrutadores não precisam mais avaliar centenas de candidaturas, e sim focar seus esforços em perfis mais assertivos. A triagem de perfis, por exemplo, pode ser muito mais precisa. Afinal, é possível definir, com base nos colaboradores de alta performance da vaga em questão, quais são as características comportamentais que auxiliam no desempenho da função.
Assim, com a utilização de testes psicométricos, é possível triar os candidatos com base em diversos conjuntos de características que apresentam bons resultados no desenvolvimento das tarefas daquela posição. “O ideal é aliar as duas frentes: a análise de informações com a percepção e experiência dos recrutadores. Por meio dessa parceria, cresce a probabilidade de que as contratações atendam às demandas, aumentando os índices de retenção, engajamento e produtividade”, finaliza.
Imagem: katemangostar freepix