Não sabemos exatamente em que momento o novo normal se estabelecerá de verdade, por enquanto, vivemos apenas em um cenário pandêmico. O que será que irá acontecer? O home office será permanente? Talvez estamos reféns, presos em um sistema falido em que o colaborador deve estar presencialmente nas empresas em todos os setores profissionais. Mas será que isso é verdade?
Um paulistano, por exemplo, em média fica 2h43 no percurso de deslocamento para seu trabalho (IBGE), sendo assim, o tempo médio que se dedica entre ir, voltar e trabalhar é de 10h43. E para onde vai sua qualidade de vida, quando a matemática saudável deveria ser de 7 horas de sono, pelo menos 1 hora de exercício e 1 hora de refeição a noite? E a vida pessoal? Família? Isso porque estamos contando a média, existem trabalhadores que chegam a ficar 4 ou mais horas por dia no transito. Precisamos revolucionar!
Chego a lembrar de Tempos Modernos, de Charlie Chaplin, que em sua sátira mostra a indústria como o grande mal da sociedade. Mas não é assim, necessariamente. Não precisa ser assim. Se pensarmos em uma cadeia, quem fica em casa proporciona lugar ao que não pode ficar, no trânsito, no transporte público, na fila para comprar o bilhete. Uma parte do filme deixa claro que quando um colaborador está cansado e disperso, atrapalha toda a cadeia de produção e cria um profissional mecânico, nada criativo e sem a mínima vontade de produzir, e talvez não seja culpa dele.
E o que o Recursos Humanos tem a ver com tudo isso? Ele não está a margem de resultados e produtividade, é um trabalho contínuo de avaliação desses parâmetros. Para realmente entender se o teletrabalho é um futuro plausível para a empresa e os colaboradores, serão necessárias análises de entregas e produções individuais, e em equipe de cada profissional dentro do cenário atual da empresa, comparado ao anterior.
O departamento de RH deve se preparar para uma nova comunicação. Novas competências serão exigidas dos funcionários, a vida, o tempo foi otimizado, portanto as empresas esperam novos cursos, mais disciplina, mais agilidade e outras tantas especialidades. Faz parte dos recursos humanos de uma empresa que espera crescimento, motivar e incentivar seus colaboradores com dicas para uma vida mais saudável, cursos, bons hábitos e muito desenvolvimento.
Essa crise nos trouxe a oportunidade de encarar a vida profissional de outra perspectiva. O funcionário que tem mais tempo, deve se alimentar melhor, fazer esporte e dormir bem, se tornar um colaborador melhor. Podemos, agora, fazer uma revolução! Utilizar pontos de trabalho mais perto de casa, como coworking, por exemplo.
O Recursos Humanos tem que incentivar a deixar os Tempos Modernos de lado e parar de apostar em saídas que diminuam o tempo para as necessidades pessoais de cada colaborador para aumentar o de produtividade, e precisa começar a pensar em estratégias que aumentem o tempo de qualidade de vida e assim, contribuir para produtividade.
Por Daniel Schnaider – Economista e CEO da Pointer By PowerFleet Brasil