Estratégias flexíveis para o futuro: Entendendo a nova era da retenção de talentos
Marina Knoll, Head de People & Culture na Biz
“Ser ou não ser, essa é a questão: será mais nobre suportar na mente as flechadas da trágica fortuna ou tomar armas contra um mar de obstáculos e, enfrentando-os, vencer?” – William Shakespeare, em “Hamlet”.
Empresas competitivas incorporam cada vez mais tecnologia e parecem depender mais de máquinas inteligentes e menos de pessoas. Essa visão superficial é apenas o reflexo da dúvida “hamletiana” que cresceu recentemente: seremos substituídos por IAs ou, se sim, quando? Ser ou não ser dispensáveis, eis a questão.
Como gestores de pessoas, não precisamos de um fantasma para revelar a verdade. Assim como na peça de Shakespeare, o talento é indispensável para o sucesso de qualquer empresa e será, sem dúvida, o fator decisivo na competição em mercados onde a tecnologia pode ser adquirida. Foi o talento que desenvolveu os recursos de inteligência artificial.
As novas gerações, com suas visões renovadas do mundo, são fundamentais para o crescimento das empresas modernas. Contudo, elas têm propósitos e prioridades distintos das gerações anteriores que construíram essas empresas. Anseiam por crescimento acelerado, equilíbrio entre vida pessoal e profissional e máxima flexibilidade.
São independentes e pouco temerosas de mudanças. Portanto, o desafio é atrair e, mais importante, reter esses jovens talentos, os chamados “high potentials”. A questão da rotatividade não é novidade para os gestores de RH. Uma pesquisa de 2021 mostrou que a saída de profissionais é preocupante.
Essa geração busca sentido em seu trabalho, crescimento, flexibilidade e ainda avalia o comprometimento do empregador com o meio ambiente, comércio justo e responsabilidade social. As empresas devem evoluir, dando voz a essa nova geração e proporcionando mobilidade e propósito em suas carreiras.
Um “plano de carreira” hoje não se resume a retornos financeiros. Salários competitivos, promoções, remuneração variável e benefícios exclusivos são cruciais, mas a flexibilidade é vital. Dividido em dois cenários: Atuação Flexível e Vantagens Flexíveis.
Na Atuação Flexível, é essencial adotar processos dinâmicos, cultivar uma cultura de inovação e aceitação do erro, envolvendo os colaboradores na busca por soluções.
Em Vantagens Flexíveis, devemos considerar tudo o que a empresa pode oferecer, adaptando-se às necessidades dos talentos. O modelo de trabalho remoto ou híbrido, por exemplo, é fundamental.
A Biz possui know-how para oferecer um pacote de benefícios personalizados, contribuindo para a retenção de talentos. Horários flexíveis, bônus adaptáveis e extensão de benefícios à família são apenas algumas das opções.
Em uma análise do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), o Brasil lidera o índice global de turnover. Portanto, é essencial identificar estratégias aplicáveis à realidade de cada empresa.
Os ambientes corporativos devem ser locais de interação e construção de relacionamentos. É o que alguns chamam de “Era da Experiência do Colaborador”. Assim, é vital que as empresas conheçam profundamente seus colaboradores.
A retenção de talentos é crucial para a longevidade das organizações e deve ser vista como uma estratégia, não apenas um “programa de RH”. Aqui, a referência não é mais Hamlet: é ser criativo e flexível!