Depois de quase dois meses de confinamento pela pandemia de Covid-19, os governos estão tomando medidas para reabrir alguns setores econômicos gradualmente. Diante deste novo cenário, e com o objetivo de seguir preservando a saúde, o emprego e a continuidade do negócio, a definição de um protocolo de retorno ao local de trabalho torna-se tão relevante quanto as medidas implementadas em resposta à crise de saúde. Este protocolo deve priorizar como o retorno ocorrerá antes de se apressar para a definição de uma data, com o objetivo de se adaptar a um panorama dinâmico e proteger a saúde dos funcionários e de seus familiares.
“Este é um dos momentos mais difíceis dessa pandemia, pois um retorno que não se baseia em um plano de resiliência robusto pode ser altamente contraproducente. Hoje, mais do que nunca, as empresas devem se assegurar de terem um plano abrangente de gestão de riscos, o que lhes permite adaptar-se à nova “normalidade”, cientes de que o retorno à atividade de trabalho não implica que o risco tenha sido eliminado”, explica Antonietta Medeiros, diretora de Gestão de Saúde e Qualidade de Vida da Mercer Marsh Benefícios.
O melhor plano é aquele que se adapta à realidade da força de trabalho
Antonietta reforça que o retorno aos locais de trabalho não é uma estratégia que depende do mercado; é um plano que deve ser definido à sua maneira, respondendo à realidade do negócio, à gestão de seus recursos tangíveis e intangíveis, à capacidade financeira e à visão de longo prazo.
Neste sentido, os especialistas da Mercer Marsh Benefícios, líder global em gestão de saúde e benefícios para empregados, apontam 4 passos-chaves para definir uma estratégia e um plano de retorno capaz de proteger efetivamente os funcionários:
- Realizar uma estratificação do risco e um mapeamento de cargos, que permitam identificar e categorizar a força de trabalho de acordo com as condições de vida do empregado, seu ambiente familiar, sua saúde física e mental, seu trabalho e o impacto na cadeia de valor. Esse processo, realizado por meio de uma pesquisa de avaliação de risco, permitirá ao empregador determinar o quão exposto estão ou podem estar, quais são as razões de vulnerabilidade e, assim, implementar os planos mais adequados à realidade de sua força de trabalho
- Estabelecer protocolos de prevenção de riscos ocupacionais e de saúde que propiciem ambientes seguros e “limpos”. Isto inclui todas as medidas de preparação no local de trabalho: higiene, materiais de proteção para pessoas e instalações, regulação de espaços comuns, ventilação, desinfecção, fluxo de pessoas, restrições de contato, reuniões, visitas, clientes…, detecção e assistência médica/psicológica, serviços de alimentação e transporte, entre outros.
- Comunicar e treinar a força de trabalho de forma clara e transparente sobre os planos, controles e objetivos definidos para o processo de retorno será um dos pilares fundamentais para o sucesso de um retorno seguro ao trabalho. “Programas de promoção e bem-estar em saúde e programas de conscientização sobre cuidados pessoais e coletivos serão mais decisivos do que nunca para o engajamento dos funcionários e a continuidade dos negócios”, diz Antonietta. “Isto sem esquecer um aspecto crítico: a gestão da privacidade dos dados dos funcionários, de acordo com as normas vigentes.”
- Minimização do contágio, por meio de sistemas de monitoramento e atenção, como aplicações móveis ou medicina on-line, que permitem o monitoramento vivo dos riscos da força de trabalho: sintomas, exames laboratoriais, identificação e gerenciamento de casos positivos, etc.
“Além dos avanços científicos e de todas as medidas tomadas a nível empresarial ou governamental, a chave para combater essa pandemia está no comportamento. A cooperação e o comprometimento dos indivíduos, como cidadãos e funcionários, serão um dos principais fatores de sucesso de olhar para o futuro”, diz Antonietta.