Saber conviver e trabalhar com as diferentes gerações tem sido um desafio para as organizações. O intervalo entre uma geração e outra tem acompanhado o ritmo de inovações tecnológicas e diminuído cada vez mais. Com mais gerações dividindo o mesmo espaço no mercado de trabalho, os conflitos entre elas certamente acabam acontecendo.
Esses conflitos precisam ser bem gerenciados ou podem acabar afetando de alguma forma o rendimento da empresa. Segundo pesquisa realizada pela empresa Vital Smarts, os conflitos entre Baby Boomers, geração X e Y, diminui a produtividade no ambiente de trabalho em 12%. O primeiro passo para diminuir estes conflitos é entender o comportamento de cada geração.
A geração Y, ou Millennials (nascidos de 1981 a 1995), tem mais facilidade de adaptação às novas tecnologias que a sua antecessora X (nascidos de 1961 a 1980), que por sua vez tem mais facilidade que a dos baby boomers (nascidos de 1941 a 1960). Nas relações interpessoais, os Baby boomers sentem dificuldades para se adaptarem à geração Y, considerando-os imaturos e descompromissados.
E agora, para complicar um pouco mais esse cenário, começam a entrar no mercado de trabalho os Centennials ou Z, nascidos de 1996 a 2010. Eles carregam novas aspirações, e um novo modo de se relacionar com a tecnologia e entre si.
Uma crítica recorrente às mais novas gerações é a de que não gostam de ler e escrever, esse é um problema a ser resolvido por eles, pois ler e escrever sempre serão qualidades essenciais no âmbito profissional.
De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU), a geração Z passou a ser maioria da população mundial em 2019 (32%), ultrapassando a geração Y.
Assim, com o aumento da diversidade de gerações dentro de um mesmo ambiente de trabalho, há uma exigência por um comportamento mais disruptivo e adaptativo tanto dos empregados (os mais “jovens” e os “mais experientes”) quanto dos empregadores.
Segundo recente pesquisa do Gartner, a geração Z geralmente é percebida e gerenciada incorretamente pelos líderes, comandada como se fossem a geração do milênio. No entanto, os traços e crenças comportamentais dos integrantes desta geração estão mais próximos dos Baby Boomers e da geração X do que dos Millennials.
A geração Z prefere ter seu próprio espaço de trabalho do que compartilhá-lo com outra pessoa. O relacionamento íntimo que eles têm com seus dispositivos os torna menos sociais do que os Millennials.
Os Millenials assumem que serão promovidos ou pelo menos aumentarão seus rendimentos trabalhando continuamente enquanto os Z’s são pragmáticos e valorizam vantagens específicas, como assistência médica, planos de aposentadoria e benefícios práticos a longo prazo; a esse respeito, eles são semelhantes aos X’s e Baby Boomers.
O Gartner prevê que, até 2025, a Gen Zers poderá antecipar melhor as capacidades digitais que serão valorizadas por nossa sociedade. O Gartner também afirma que os CIOs devem reconhecer que precisam liderá-los de maneira diferente das gerações anteriores para promover um ambiente de trabalho coeso.
Por isso, há uma preocupação crescente nas empresas em aproveitar melhor essa “experiência” e “juventude” que hoje compartilham os cafezinhos nos locais de trabalho, pois a associação de habilidades características de cada geração, como a produtividade e mentoria dos Baby Boomers, as técnicas de gerenciamento, geração de receita e resolução de problemas da geração “X” e o entusiasmo, empreendedorismo e toda a tecnologia advinda dos Millennials e principalmente, dos Centennials, podem fazer toda a diferença nessa realidade extremamente competitiva a que somos expostos.
Os profissionais que desejarem se sobressair nesse ambiente deverão cada vez mais buscar o conhecimento, entregar resultados superiores aos esperados e maior capacidade de adaptação em meio a competitividade cada vez mais crescente, principalmente no Brasil, onde a taxa de desemprego entre jovens de 18 a 24 anos está em 25,8% no segundo trimestre de 2019, segundo dados do IBGE.
São essas e outras atitudes que movem os futuros profissionais desse País. Eles são a esperança de maiores números em empregabilidade e em investimentos a serem feitos na área da educação. Portanto, devemos nos atentar e ajudá-los a sempre irem na direção certa: a do sucesso.
Por Valdir Scalabrin, Superintendente Geral do Instituto Via de Acesso