Quando a Bosch repensou a sua missão mundial de RH há alguns anos, a área de Recursos Humanos no Brasil sentiu a necessidade de trabalhar com ainda mais efetividade junto aos colaboradores, envolvendo toda a América Latina com o direcionamento: “Nós somos apaixonados por transformar nosso negócio e agregar valor através do nosso mais importante recurso – pessoas! ”. Mas como trabalhar as pessoas dentro da nova missão da empresa? Para responder a esta pergunta, Fernando Tourinho, diretor de RH para a América Latina da Bosch, reuniu sua equipe e decidiu buscar o apoio de uma empresa especialista e encontrou no Grupo Bridge, parceiro de negócios da companhia há mais de 23 anos, as respostas para o desafio de promover a transformação cultural no RH a partir de duas premissas: Identidade única do RH na América Latina e incorporação da cultura nos colaboradores do RH, de acordo com a nova missão global. “Estabelecemos em parceria com o Grupo Bridge o objetivo, quais resultados teríamos, as etapas e os fundamentos do programa. Isso tudo foi um diferencial essencial. Nos reunimos como um time à frente de uma missão especifica, de mãos dadas”, explica Tourinho.
Batizado de Because HR Matters – Transformação Cultural do RH, o Grupo Bridge abraçou o projeto e o desafio de implementar um programa de 3 anos para alcançar os objetivos propostos. Como meta, a equipe traçou o objetivo de ter o RH agregando valor (com foco no cliente) para transformar o negócio através das pessoas, ressaltando: colaboração, empatia, empreendedorismo e orientação para o cliente, através de tratativas diretas. Os conceitos que nortearam o projeto foram: Autonomia, Colaboração Produtiva, Confiança, Cultura e Diálogo.
Tourinho explica, que o primeiro passo para o time conquistar sucesso no projeto, era cada um conhecer a si próprio, depois conhecer o time e uma terceira etapa conhecer a interface, ou seja, o público com o qual se interage, que foi uma das etapas mais árduas. “Falar sobre as nossas responsabilidades e perguntar ao outro o que você espera de mim e vice-versa, trouxe uma série de pontos a serem considerados, além das zonas cinzas e outros fatores como desejos, expectativas e dores, que foram temas tratados nos encontros entre áreas, através de uma metodologia que permitiu entrar em contato com as causas das situações. “A comunicação, cooperação e feedback foram extremamente importantes”, revela Tourinho.
A união de todos
O desafio de ser único exigiu encontros mensais em diferentes localidades e áreas da empresa. “Em qualquer projeto, o cuidado das pessoas e suas relações exigem da liderança flexibilidade, adaptação, empatia e a atitude de todos em seguir em frente com resultados concretos”, afirma o executivo. Nesta fase, segundo Tourinho, o Grupo Bridge desempenhou o papel fundamental de auxiliar a equipe a enxergar o cenário e identificar a solução para saber como e quando agir da forma correta.
Para atingir os objetivos do programa, foram realizados diálogos para trabalhar a relação entre os líderes, os diferentes papéis para ganho de interação e eliminação de zonas cinzas, além de preparar os agentes de mudança para consolidar a cultura. “A Bosch está numa transição de cultura como negócio e o RH está se transformando também para agregar valor nesse novo cenário”. Unimos as pontas e criamos uma janela par estreitar vínculos, objetivos comuns”, informa Celso Braga e Sérgio Cruz, sócios-diretores do Grupo Bridge.
Na integração de papéis, de acordo com os participantes (resultado de pesquisa feita durante o programa) já é possível perceber a diferença. “Começaram a trabalhar mais juntos, tomando decisões, compartilhando mais as situações e ganhando mais autonomia. Hoje, as pessoas possuem cada vez mais responsabilidade pelo que desenvolvem, sustentam e entregam. Um cuida do outro”, afirma Sabrina Sendin, chefe de RH da Bosch
Para o Grupo Bridge, a autonomia representa decidir o que construir, como construir e, principalmente, como trabalhar em conjunto durante o processo, fazendo as melhorias e trocando feedbacks sempre que necessário com foco no cliente e não só nos processos. “Na Bosch, já é perceptível a autonomia como mola motivadora, tornando todos protagonistas e dando soluções mais eficientes e com maior valor agregado”, conclui Fernanda Macedo do Grupo Bridge, que fez a liderança do programa Because HR Matters. Juntamente com o Sergio Cruz, sócio do Grupo Bridge, construíram e operacionalizaram todo o programa, ajustando e adaptando ao longo dos 3 anos para a necessidade de cada situação.
Agora, o desafio do momento atual é fortalecer a liderança para apoiar a autonomia sem perder a capacidade de fazer alinhamentos, ou seja, a missão da liderança é alinhar com os times o que é necessário para alcançar o objetivo para que decidam a melhor maneira de trabalhar. “O alinhamento possibilita autonomia e basicamente isso significa que o trabalho dos líderes é comunicar o tipo de problema e o porquê, assim, os times colaboram uns com os outros para descobrir a melhor solução. Os principais ganhos até agora foram agilidade, eficiência operacional e integração entre os papéis”, finaliza Tourinho.