Os resultados do covid-19 no Brasil ainda não atingiram números alarmantes de contaminados e óbitos em relação aos países europeus porque a prevenção tem sido a melhor postura contra a doença. É o que afirmam as autoridades de saúde pública do país. Ainda assim, o atual cenário brasileiro é de alerta, justamente para não atingir as pessoas que pertencem ao grupo de risco – idosos, diabéticos, imunodeficientes, hipertensos e portadores de doenças crônicas, como insuficiência renal e respiratória, de acordo com o relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Diante deste quadro de pandemia, é importante que as lideranças das empresas tenham uma visão ampla da situação e cooperem para inibir o avanço da contaminação no país. Esse é um dos momentos no qual é preciso agir com responsabilidade social. Conter o avanço é o que permitirá que o Brasil não chegue aos números alarmantes de países como Itália e França. Dessa forma, como as empresas podem agir para cooperar a conter a propagação do vírus? Para zelar pela segurança da equipe e, ainda assim, manter o fluxo de atividades da empresa, muitas atividades estão sendo feitas remotamente. É provável que muitas empresas que antes não viam o trabalho remoto como alternativa do dia a dia passem a adotar esse formato.
Mais do que os líderes verificarem alternativas de operação para manter o status quo da empresa, é fundamental que se mantenham informados e se tornem o canal da empresa, tendo ciência do que repercute e inibindo as fake news. As ações de prevenção devem ir além do operacional da empresa, devem incluir as ferramentas de comunicação interna para serem capazes de orientar as principais precauções aos colaboradores, de modo que eles repassem esses cuidados aos seus familiares e amigos. A empresa também precisa pensar em seus stakeholders – do cliente ao colaborador e comunidade ao entorno.
O trabalho à distância é um facilitador nesse cenário, mas os líderes precisam atuar de modo com que a cultura da empresa não se perca durante esse período. É preciso manter-se próximo aos colaboradores, com um contato maior por telefone ou virtualmente para cooperar nas dúvidas em relação à execução do trabalho e, principalmente, as informações relacionadas à doença.
Pensando justamente no fator informação, as novas tecnologias aceleram o fluxo de informações, principalmente nas redes sociais, o que também auxilia na disseminação de notícias que colaboram com a prevenção. Essa facilidade e velocidade de comunicação permitem que medidas sejam alinhadas em curto prazo.
Por outro lado, essa mesma velocidade na disseminação de informações exige um cuidado diante de oura consequência, as fake news. Nesses casos, os líderes precisam atuar de duas formas: ser o canal confiável e não ser autoritário. Eles precisam se manter bem informados diante dessa ‘avalanche’ de notícias e agir para inibir as fake news entre os colaboradores. O que não pode acontecer é adotar uma postura autoritária e subestimar a covid-19.
O bom senso deve prevalecer para que passemos por essa pandemia com o menor impacto possível. A reflexão que gostaria de deixar aos líderes das empresas é: considerando o lugar que ocupa na empresa, o que pode ser feito para tornar esse período o mais suportável para as pessoas ao redor?
Por Carlos Guilherme Nosé – CEO da FESA Group, consultoria especializada em gestão de talentos e desenvolvimento organizacional