O novo estudo Talent Trends, da Randstad Enterprise, realizado com líderes de recursos humanos de todo o mundo, destaca a ascensão de estratégias de habilidades impulsionadas por IA e a crescente importância de abraçar a agilidade da força de trabalho.
A Randstad, empresa global em soluções de RH, divulgou nesta quinta-feira (13/03) a décima edição do estudo Talent Trends 2025, que revela como os líderes de talentos estão se preparando para um novo mundo do trabalho, impulsionado pela inteligência artificial e pela necessidade de agilidade e foco em habilidades. O estudo aponta as principais perspectivas sobre os papéis que a área de Recursos Humanos deve assumir até 2030.
Neste novo cenário, em que a IA assume um papel estratégico na modelagem do trabalho, a primeira transformação do RH deve ocorrer em sua estrutura organizacional. O setor passará a atuar como arquiteto de organizações adaptativas. Os líderes de RH se tornarão arquitetos organizacionais, criando ecossistemas ágeis e orientados por IA, nos quais os talentos poderão ser facilmente realocados entre funções, projetos e localizações. A evolução do RH envolve a transição de estruturas tradicionais para equipes dinâmicas, focadas em prioridades de negócios, além da criação de estratégias colaborativas com IA, combinando análise preditiva e intuição humana. Para isso, será essencial que os líderes de RH equilibrem criatividade humana e eficiência da IA.
Administrar os impactos da IA nos colaboradores será outro papel fundamental do RH até 2030. Os líderes de RH supervisionarão a ética na IA, garantindo que os sistemas sejam transparentes, justos e alinhados aos valores organizacionais. Nesse contexto, o RH terá como responsabilidades centrais a governança ética da IA, a proteção da integridade cultural — humanizando processos orientados por IA — e a construção de confiança em meio à crescente influência dessa tecnologia no trabalho. Os talentos mais demandados serão aqueles com habilidades que incluem ética em IA, agilidade cultural e comunicação para conectar tecnologia e humanidade.
A interação entre Inteligência Artificial e humanos também exigirá supervisão, e essa será uma das atribuições do RH. O foco estará na gestão de equipes híbridas, compostas por humanos e IA, com o objetivo de maximizar os pontos fortes exclusivos de ambos. Além disso, programas de treinamento capacitarão os talentos para novas funções, garantindo inclusão em um ambiente de trabalho em constante transformação. As habilidades essenciais nesse cenário incluem a criação de fluxos de trabalho para equipes híbridas, o uso de métricas de desempenho aprimoradas por IA e a gestão de mudanças na composição da força de trabalho.
Ao todo, são oito perspectivas de atuação que mostram que o RH do futuro se transformará em um visionário de dados, utilizando a análise de dados para liderar com precisão em previsões, estratégias e inovação. Além disso, desempenhará o papel de impulsionador do aprendizado contínuo, promovendo culturas organizacionais que incentivem a adaptabilidade dos colaboradores em um mundo em constante mudança.
Paralelamente, o RH deverá atuar como criador de um ambiente de trabalho centrado no ser humano, priorizando bem-estar, inclusão e satisfação dos colaboradores, com o suporte de insights gerados por IA. O setor também emergirá como estrategista de negócios, influenciando a direção organizacional e impulsionando a criação de valor, além de assumir a função de campeão da sustentabilidade, integrando essa pauta às estratégias de gestão de talentos para contribuir com metas ambientais e sociais.
“Os líderes de talentos foram essenciais para guiar as organizações através de crises globais e mudanças nas expectativas durante a última década, um período de disrupção sem precedentes. O futuro exige que eles reimaginem o trabalho na era da IA, equilibrando ética e eficiência, ao mesmo tempo em que desenvolvem e capacitam os trabalhadores para que alcancem seu potencial máximo”, analisa Maria Luiza Nascimento, Diretora de Recursos Humanos da Randstad Brasil.