A falta de habilidades em segurança cibernética, embora seja um desafio, mostrou ser uma oportunidade para enfrentar outro dos desafios do setor: a diversidade de gênero. De acordo com o Relatório sobre Mulheres na Segurança Cibernética de 2019 do (ISC)2, menos de 25% da força de trabalho nesse ambiente é composta por mulheres.
A falta de diversidade de gênero é um desafio para todas as indústrias. Muitas mulheres verdadeiramente prontas para a carreira optam por não participar de oportunidades de emprego devido aos preconceitos constantes que enfrentam. Uma cultura corporativa que promova a diversidade começa com uma linguagem inclusiva e é imperativo que as empresas implementem estratégias que melhorem a diversidade de gênero no local de trabalho.
Na nova geração de profissionais de segurança cibernética, as mulheres levam às empresas níveis mais altos de educação e induzem a melhoria de habilidades laborais no futuro. O relatório do (ISC)2 revela que 45% das mulheres pesquisadas são millennials, em comparação com 33% dos homens. A pesquisa também destaca que 52% das mulheres pesquisadas têm pós-graduação, contra 44% dos homens.
Diversidade como mecanismo para gerar melhores resultados nos negócios
Segundo pesquisa da Fortinet, ter habilidades sociais também é um diferencial importante para os líderes da indústria. Para os cargos de CISO (Chief Information Security Officers), a análise mostrou que 17 das 20 principais habilidades que os empregadores especificam como requisito são habilidades sociais. As mulheres desenvolvem mais habilidades interpessoais que os homens, proporcionando maior diversidade no ambiente de trabalho de segurança cibernética.
Outra pesquisa da empresa confirma que a diversificação da equipe produz melhores resultados nos negócios. Grupos com diversidade de gênero tomam melhores decisões 73% do tempo, em oposição a 58% das equipes exclusivamente masculinas.
Algumas recomendações que os CISOs e as empresas podem implementar para resolver a falta de habilidades no setor e abordar as diferenças de gênero:
- Exigir, medir e recompensar contratações diversificadas;
- Separar as habilidades essenciais das desejadas nas descrições de cargos;
- Realizar análises curriculares removendo todas as informações sobre gênero, idade e etnia;
- Encontrar pessoas de origens não tradicionais cujas habilidades analíticas, de comunicação e criativas possam agregar valor à sua equipe;
- Revisar e ajustar regularmente os salários para alcançar a igualdade salarial entre os gêneros;
- Relacionar bonificações e outras ações ao comportamento que incentive e apoie a diversidade.
A cada dia, mais e mais mulheres devem passar a ocupar cargos de alto nível nas empresas, não apenas por suas habilidades técnicas em segurança cibernética, mas também por sua contribuição em habilidades sociais, diversidade e inspiração para jovens que procuram ingressar no setor, proporcionando equilíbrio, capacitação e experiência. Ser uma empresa inovadora também significa ser um exemplo de uma cultura de diversidade e ajudar mais mulheres a escolher uma carreira no setor de segurança cibernética.
Por Elisa Ball, diretora de Recursos Humanos da Fortinet para América Latina e Caribe