Pesquisa revela os principais temores dos profissionais e destaca a inteligência emocional como habilidade crucial para superar desafios no ambiente de trabalho.
No mês de Halloween, os temores típicos da data parecem extrapolar o universo das fantasias e assombrar o cotidiano corporativo. De acordo com a 29ª edição do Índice de Confiança Robert Half, que entrevistou 774 profissionais qualificados, incluindo empregados e recrutadores, o medo — que normalmente é associado a sustos — está presente de maneira mais profunda e constante no ambiente de trabalho. Saber como lidar com essas inseguranças é essencial para o desenvolvimento saudável de carreiras e empresas.
A ausência de comunicação clara por parte da liderança é apontada como a principal fonte de apreensão entre os profissionais empregados, com 47% dos entrevistados destacando esse fator como o mais preocupante. A falta de reconhecimento (38%) e mudanças inesperadas na direção da empresa (34%) também figuram entre os principais receios enfrentados no dia a dia corporativo.
Outros fatores, como o desequilíbrio entre vida pessoal e profissional (26%) e a sobrecarga de trabalho (24%), foram identificados como “fantasmas” que assombram a rotina de muitos profissionais, gerando preocupação e impactando diretamente sua saúde mental e desempenho.
Maiores Medos dos Profissionais Empregados:
- Falta de comunicação clara da liderança: 47%
- Falta de reconhecimento: 38%
- Mudanças repentinas na direção da empresa: 34%
- Desequilíbrio entre vida pessoal e profissional: 26%
- Excesso de carga de trabalho: 24%
- Falta de oportunidades de desenvolvimento: 24%
- Insegurança quanto à continuidade do emprego: 20%
- Pressão por resultados a curto prazo: 20%
- Conflitos com colegas de trabalho: 19%
- Feedback negativo inesperado: 13%
Segundo Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half para a América do Sul, essas questões geram um ambiente de insegurança que pode comprometer a motivação e o bem-estar dos colaboradores. “Em um mercado aquecido e com baixa taxa de desemprego, é fundamental que as empresas promovam um ambiente de trabalho transparente, que valorize o reconhecimento e ofereça equilíbrio entre as esferas pessoal e profissional”, afirma Mantovani.
Do ponto de vista dos recrutadores, os receios durante os processos seletivos também refletem o clima de insegurança entre os candidatos. Entre as maiores preocupações estão a falta de oportunidades de crescimento (37%), insegurança quanto às habilidades técnicas (34%) e ansiedade em relação à estabilidade do emprego (33%).
Maiores Medos Identificados pelos Recrutadores:
- Falta de oportunidades de crescimento: 37%
- Insegurança quanto às habilidades técnicas: 34%
- Ansiedade em relação à estabilidade do emprego: 33%
- Ansiedade com a competitividade do mercado: 28%
- Medo de enfrentar um ambiente de trabalho tóxico: 27%
- Dificuldade de adaptação à cultura da empresa: 27%
- Dificuldade de conciliar vida pessoal e profissional: 24%
- Preocupação em não atender às expectativas do empregador: 23%
- Medo de estagnação na carreira: 21%
- Outros: 3%
Para superar esses medos, tanto os profissionais quanto os recrutadores apontam a inteligência emocional como a habilidade mais importante. Ela foi mencionada por 75% dos empregados e 69% dos recrutadores como fundamental para lidar com os desafios do ambiente de trabalho. Outras competências valorizadas são a adaptabilidade e flexibilidade (51% dos empregados e 52% dos recrutadores) e a comunicação eficaz (34% dos empregados e 38% dos recrutadores).
“Essas soft skills precisam ser constantemente trabalhadas para que estejam prontas nos momentos mais desafiadores”, aconselha Mantovani. Segundo a pesquisa, habilidades como a resolução de problemas (34%) e a capacidade de aprendizado contínuo (29%) também são essenciais para os profissionais enfrentarem as adversidades.
O ambiente de trabalho, assim como a vida pessoal, pode ser repleto de sustos. Saber como lidar com as incertezas e medos é a chave para construir uma carreira sólida e equilibrada. Mantovani finaliza: “Muitos profissionais trocam de emprego na tentativa de fugir de situações desafiadoras, mas, em grande parte dos casos, a questão está em desenvolver a habilidade de gerenciar a ansiedade que acompanha o ato de trabalhar.”
A pesquisa da Robert Half destaca a importância de habilidades emocionais e de comunicação no combate aos medos que rondam o ambiente corporativo. Criar um espaço de trabalho que valorize o bem-estar e o desenvolvimento contínuo é a chave para lidar com esses “fantasmas” e manter o sucesso profissional.