A vestimenta parece ser um assunto banal, mas não é. É um quesito que reflete e reverbera em outras áreas e conceitos
Roupa de trabalho, de passeio, de ficar em casa…toda peça que temos no nosso guarda-roupa parece ter um destino certo. Do outro lado do balcão, onde estão os profissionais de Recursos Humanos, devemos respeitar o que nos é informado anteriormente, o briefing. Abrasileirando o termo: o que nos foi “briefado”.
Obviamente, existem diversos perfis de empresas. A imagem que as instituições querem passar para seus clientes é algo que deve ser zelado e que, enquanto encarregados de fazer a seleção dos futuros funcionários, o RH deve transmitir à risca as instruções. Vão existir situações nas quais a roupa dentro do local de trabalho precisa obedecer certas regras, pois toda empresa tem um código de conduta. O nosso papel é compreender o que a companhia pede e precisa, entender sua cultura e qual sua dor, para sermos os mais assertivos possível.
Por outro lado, se não existe um padrão a ser seguido, o nosso deve ser buscar sempre o melhor. Me lembro de um caso que vivi em um processo de contratação para uma grande empresa. Um dos candidatos apareceu de bermuda. Ele tinha o conhecimento que estava pouco convencional e logo nos comunicou “Eu vim de bermuda, pois é assim que eu trabalho, já aviso que não vou vir trabalhar sem”. A entrevista foi feita e ele foi contratado. Meses depois fui até o escritório para tratar de outros assuntos e lá estava ele, trabalhando, de bermuda. A sinceridade é fundamental.
Proponho aqui que façamos um exercício de reflexão. O cliente nos informou que a empresa não aplica nenhum dresscode e, na entrevista, o candidato se veste de forma mais formal para agradar, mas depois de contratado, não segue esse padrão. No entanto, o funcionário entrega resultados e melhora o quadro geral da instituição. Se ele tivesse ido com suas roupas costumeiras, teríamos o selecionado?
A vestimenta parece ser um assunto banal, mas não é. É um quesito que reflete e reverbera em outras áreas e conceitos. No mundo corporativo existe essa dualidade de postura dentro e fora do ambiente de trabalho, mas eu acredito que devemos dar ênfase ao que nos é pedido sempre. Como profissionais do RH, precisamos ler a cultura do candidato, quebrar barreiras e compreendermos o contexto geral que estamos inseridos.
O dresscode é apenas a ponta do iceberg para outros debates. São as qualidades únicas dos candidatos e os objetivos dos clientes que devem ser o nosso foco enquanto recrutadores. A soma dessas duas frentes vai resultar em uma contratação certeira.
Por Pedro Dantas, CEO da 2XS, boutique de Executive Search para recrutamento por meio de soluções personalizadas, combinadas com ferramentas de hunting para entender o perfil profissional que cada empresa busca de acordo com sua necessidade.