Pesquisa da Page Executive destaca o impacto do crescimento econômico moderado na remuneração de líderes e a crescente importância da IA e ESG nas estratégias corporativas
Em meio a um cenário de crescimento econômico modesto, a remuneração mensal fixa de presidentes e diretores executivos no Brasil manteve-se quase inalterada ao longo de 2023. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada pela Page Executive, uma divisão do PageGroup especializada no recrutamento de lideranças, que analisou dados salariais de 2.000 executivos de alto escalão na América Latina.
O levantamento, conduzido entre outubro de 2023 e fevereiro de 2024, revelou que 66,5% desses profissionais não experienciaram mudanças significativas em seus salários, enquanto os demais 33,5% registraram algum aumento. A pesquisa segmentou a remuneração desses executivos de acordo com o faturamento anual das empresas onde atuam, categorizando-as em quatro faixas distintas.
Paulo Dias, diretor da Page Executive, atribuiu a estagnação salarial ao contexto econômico desafiador que o país enfrenta. “O cenário instável tem motivado as empresas a manter a remuneração fixa dos executivos, com ajustes pontuais motivados por estratégias de mercado ou necessidades internas das organizações”, explicou Dias.
A análise detalhada da remuneração por cargo revelou um cenário de estabilidade com algumas variações pontuais. Para os CEOs, por exemplo, observou-se um leve aumento no limite superior da remuneração em empresas com faturamento até R$ 246 milhões, enquanto a faixa salarial dos CFOs e CHROs manteve-se estável em organizações de menor porte, com ajustes nos pisos para empresas de maior faturamento.
A pesquisa também destacou a importância crescente da inteligência artificial (IA) nas rotinas gerenciais, apontando agilidade, visão estratégica e habilidade de liderar mudanças como competências essenciais para a integração eficaz dessa tecnologia.
Além do salário, o estudo ressaltou a valorização dos pacotes de benefícios por parte dos executivos, com 80% dos líderes latino-americanos preferindo horários flexíveis de trabalho. Os benefícios mais valorizados incluem medidas que promovem a saúde física e mental, como transporte seguro, trabalho flexível e planos de saúde abrangentes.
No que diz respeito às questões ambientais, sociais e de governança (ESG), 68% dos profissionais reconhecem sua relevância nas decisões estratégicas. A pesquisa também mostrou que a maioria dos Conselhos de Administração (56%) apoia a adoção de práticas sustentáveis, e o cargo de CSO (Chief Sustainability Officer) tem ganhado relevância como um impulsionador da sustentabilidade empresarial.
“O estudo nos mostra que, para se manterem competitivas e relevantes, as lideranças devem estar atentas às tendências do mercado, gerenciando suas operações com um olhar inovador e comprometido com a implementação de práticas tecnológicas, sociais e sustentáveis”, conclui Paulo Dias.