Desde 2012, todo dia 20 de março é mais especial: nesta data, é celebrado o Dia Internacional da Felicidade. A comemoração surgiu em uma assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) em reconhecimento à importância da felicidade e do bem-estar para a vida das pessoas, e afirmando a busca da felicidade como um dos objetivos fundamentais do ser humano. Mas não foi por iniciativa da ONU que a data foi instituída. A origem remonta ao Butão, país da região Tibetana, vizinho da Índia e da China, que desde 1972, reconhece publicamente a importância da felicidade e do bem-estar para o ser humano, acima dos interesses econômicos.
Para aplicar isso na prática, o país instituiu como indicador a Felicidade Nacional Bruta, colocando-o como mais importante do que o próprio índice econômico Produto Interno Bruto. Desde a década de 1970, todos os anos o Butão analisa em sua população dez pilares principais que compõem a felicidade: educação para a inclusão social, preservação e promoção dos valores culturais, resiliência ecológica, boa governança, vitalidade comunitária, desenvolvimento sustentável, diminuição da jornada de trabalho, esporte, igualdade entre gêneros, liberdade de pensamento e saúde.
Apesar de enfrentar graves problemas sociais e financeiros, essa preocupação com a felicidade da população destaca o Butão como um dos países mais felizes do mundo. “A saúde é um dos pilares da felicidade humana. Não apenas porque quando não nos sentimos bem temos muita dificuldade de sermos felizes, mas também porque quando as pessoas que amamos não estão saudáveis, nos sentimos tristes e preocupados. Vemos que um dos elementos mais importantes para a felicidade é a disposição diária para atingir objetivos pessoais e promover interações sociais.
E tudo fica mais fácil quando corpo, mente e espírito estão em sintonia. Sem saúde, a busca pela felicidade fica muito mais complexa”, afirma Bruno Rodrigues, CEO da empresa de saúde digital GoGood.
A partir de então, todos os anos, a ONU elabora uma pesquisa mundial por meio da qual produz um ranking de felicidade nos países pesquisados. Na última edição da pesquisa, o Brasil ficou em 28º lugar, perdendo 6 posições com relação ao ano anterior. Os critérios analisam PIB per capita, políticas públicas, expectativa de vida, liberdade para fazer escolhas, generosidade e percepção de corrupção. O critério de liberdade para fazer escolhas engloba um aspecto muito importante da felicidade dos indivíduos que é o bem-estar e a sensação de realização no trabalho.
Felicidade no trabalho
Em função do alto índice de rotatividade nas empresas brasileiras, essas diretorias passaram a investir em programas focados em saúde e bem-estar dos colaboradores para reduzir os custos de saúde. Nos últimos anos, esses números deram um salto de 21%, passando de R$ 224,15 por indivíduo por mês em 2015 para R$ 271,21 em 2017, de acordo com dados obtidos por pesquisa da ABRH-Brasil (Associação Brasileira de Recursos Humanos) e ASAP (Aliança para Saúde Populacional). Segundo dados da pesquisa mundial da consultoria KPMG, colaboradores engajados com a empresa e suas causas são mais produtivos, geram novas ideias e resultados, têm mais energia e trabalham melhor em equipe. Essas pessoas fazem 57% mais esforços e são 87% menos propensas a desistir de uma tarefa do que os desengajados, além de serem promotores da marca da empresa.
Segundo levantamento da Gallup Research, apenas 13% dos trabalhadores do mundo estão engajados com a sua empresa, e felicidade e engajamento do colaborador andam juntos. “As empresas precisam evoluir seu modelo de gestão e sua proposta de relacionamento com o colaborador para maximizar felicidade e engajamento. O resultado será um aumento na produtividade e uma diminuição de custos relacionados à saúde do colaborador, como afastamentos desnecessários e internações causadas por estresse no trabalho”, acrescenta Bruno.