Transformações estratégicas na força de trabalho e foco no bem-estar dos colaboradores dominam as prioridades dos executivos de RH para os próximos três anos
Com a saúde mental dos colaboradores agora no centro das atenções, mais de metade dos líderes de Recursos Humanos estão focados em incorporar ações de bem-estar nos planos futuros da empresa, de acordo com uma pesquisa da KPMG.
A pesquisa, intitulada “O Futuro do RH: Da Estagnação ao Fluxo”, apresenta as perspectivas de 300 líderes da área sobre as prioridades da gestão de pessoas para os próximos três anos. Embora 57% dos líderes reconheçam a necessidade de transformações na estrutura da força de trabalho para melhorar a experiência dos colaboradores, apenas 25% sentem-se capazes de acompanhar essas mudanças neste momento.
De forma surpreendente, apenas 19% dos executivos de RH acreditam que suas empresas conseguirão implantar uma cultura de agilidade organizacional nos próximos três anos, mesmo que metade deles concorde que essa ação é crucial para o sucesso do negócio.
O desenvolvimento de talentos é visto como essencial para quase metade (46%) dos líderes, permitindo uma combinação efetiva de habilidades, tarefas, pessoas e funções.
“A gestão de pessoas era previsível antes da pandemia, replicando as melhores práticas e o que outras organizações haviam feito. Agora, com muitos colaboradores reconsiderando seus objetivos de carreira, é essencial que as estratégias corporativas acompanhem esse movimento e abordem os novos desafios de maneira eficiente”, afirma Dustin Pozzetti, sócio-líder da área de consultoria da KPMG no Brasil e na América do Sul.
A pesquisa também destaca o conceito de “fluxo” na gestão de pessoas, um conjunto integrado de capacidades de geração de valor que respaldam um objetivo claro, baseado na análise de dados e na resposta aos desafios.
De acordo com Camilla Pádua, sócia diretora líder de consultoria de Capital Humano da KPMG, esse fluxo pode ser dividido em três aspectos: Recursos Humanos, Carreiras e Pessoas.
“O equilíbrio desses fatores permite o desenvolvimento contínuo de habilidades relevantes, proporcionando um alto nível de controle ao colaborador diante dos desafios”, explica.
Além disso, 61% dos líderes de RH planejam alterar a Proposição de Valor dos Funcionários (EVP) nos próximos três anos para se adaptar ao mercado de trabalho. A cultura da empresa, seus valores e propósito, o pagamento justo e o trabalho flexível são considerados elementos-chave para atrair, desenvolver e reter talentos.