CEJAM apoia campanha Janeiro Branco com dicas à manutenção de uma mente equilibrada e serviços de apoio em UBSs
Estima-se que mais de 300 milhões de pessoas sofram de depressão no mundo, conforme dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). Somente no Brasil são cerca de 11,5 milhões, o terceiro país do mundo em número de depressivos.
Em 2023, sob o lema “A vida pede equilíbrio”, a campanha Janeiro Branco, criada em 2014, tem como objetivo chamar a atenção de pessoas, instituições e autoridades para as necessidades relacionadas à saúde mental humana e estimular o debate sobre o tema.
O psicólogo do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “João Amorim” Marcus Malavasi explica que os transtornos mentais são caracterizados por mudanças no padrão comportamental, que trazem prejuízo às atividades diárias, e exalta que o ser humano é biopsicossocial, ou seja, compreende as dimensões biológica, psicológica e social.
“Existe uma linha de normalidade, quando o indivíduo tem um problema e consegue continuar as atividades do dia a dia. O sinal vermelho acende quando a pessoa deixa de fazer coisas corriqueiras, quando o transtorno mental paralisa o ser e ele deixa de cuidar de si, como tomar banho, pentear o cabelo, escovar os dentes etc.”, alerta.
O especialista orienta que, diante do sofrimento psíquico, mais importante do que a busca pela cura é a estabilização. “O tratamento medicamentoso, juntamente com o acompanhamento psicológico, ajuda na saída da crise, além de diminuir os sintomas”, reitera.
Conforme Malavasi, a prática de exercícios físicos e a meditação são muito importantes para a saúde mental, pois integram o cuidado da mente e do corpo. Ele ressalta que muitas atividades voltadas ao autocuidado são oferecidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), como caminhada e mindfullness, por exemplo. Outro serviço oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é o acompanhamento nutricional, que auxilia na saudabilidade da alimentação.
“Enquanto familiar, não pode haver julgamento sobre o que a pessoa está passando. É preciso ter a escuta qualificada e incentivar a busca por ajuda. Ademais, a pessoa não deve ser pressionada e é importante que ela sinta que não está sozinha nesta luta dentro de si”, finaliza.
Dicas de autocuidado
Ter mais tempo para si;
Manter relações saudáveis;
Saber lidar com as questões do dia a dia;
Dormir bem;
Cuidar da alimentação, que deve ser regrada e saudável;
Manter uma rotina organizada;
Ser grato e manter o pensamento positivo;
Aprender a dar limite para as pessoas;
Não se fechar em pensamentos negativos;
Compartilhar os sentimentos com uma pessoa de confiança;
Ser gentil consigo.
CAPS e CVV
Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) fornecem serviços de saúde de caráter aberto, sem agendamento, e comunitário voltados aos atendimentos de pessoas com sofrimento psíquico ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras substâncias, que se encontram em situações de crise ou em processos de reabilitação psicossocial.
As equipes de atendimento são formadas por multiprofissionais que empregam diferentes intervenções e estratégias de acolhimento, como psicoterapia, seguimento clínico em psiquiatria, terapia ocupacional, reabilitação neuropsicológica, oficinas terapêuticas, medicação assistida, atendimentos familiares e domiciliares, entre outros.
Em parceria com a Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, o CEJAM gerencia o CAPS Infantojuvenil II M’Boi Mirim, CAPS Álcool e Drogas III Jardim Ângela e CAPS Adulto II Jardim Lídia.
Já o Centro de Valorização da Vida (CVV), instituto que apoia emocionalmente todas as pessoas que acessam o serviço, realiza atendimento 24h por dia, com voluntários que se revezam para conversar por telefone (188), e-mail ou chat.
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