No cenário atual de transformações rápidas e profundas no mercado de trabalho, especialmente acentuadas pela pandemia de COVID-19, os profissionais de Recursos Humanos enfrentam o desafio contínuo de se adaptar às novas realidades e exigências. Uma dessas adaptações envolve a assimilação e implementação de tendências globais em recrutamento e seleção, práticas que, embora já presentes em algumas regiões do mundo, ainda estão em processo de consolidação no Brasil.
Ana Paula Prado, CEO da Infojobs e representante do software de RH Pandapé, destaca a distância que o Brasil ainda precisa percorrer para alinhar suas práticas de recrutamento às tendências internacionais observadas, especialmente na Europa e nos Estados Unidos. De acordo com Prado, as barreiras culturais, tecnológicas e legais são os principais obstáculos nessa jornada de transformação. A seguir, apresentamos cinco tendências destacadas por Prado que prometem moldar o futuro do recrutamento e seleção em território brasileiro:
Diversidade e inclusão: Um estudo conduzido pela Infojobs revela que, no Brasil, mais da metade dos profissionais percebem que a questão da diversidade e inclusão ainda se limita ao discurso de marketing de muitas empresas. Em contraste, países europeus, com suas leis rigorosas contra a discriminação, promovem ativamente a igualdade de gênero e a diversidade em suas políticas de contratação.
Recrutamento remoto: A pandemia evidenciou a viabilidade e eficácia do recrutamento remoto, prática já comum em países que compõem a União Europeia, onde a mobilidade laboral transfronteiriça é uma realidade. No Brasil, a adoção de tecnologias de videochamada e ferramentas de colaboração online tem se mostrado promissora na busca e seleção de talentos globalmente.
Foco em competências e realizações: Diferentemente do Brasil, onde relações pessoais e indicações ainda têm peso significativo no processo de contratação, nos Estados Unidos, a tendência é avaliar candidatos sobretudo por suas competências e conquistas. O uso de sistemas de rastreamento de candidatos (ATS) para filtrar currículos com base em palavras-chave é um exemplo dessa abordagem.
Inteligência Artificial e Machine Learning: Os Estados Unidos lideram a inovação no uso de IA e Machine Learning no recrutamento, com algoritmos aplicados na triagem de candidatos, análise de currículos e até na condução de entrevistas iniciais via chatbots. Embora no Brasil essas tecnologias ainda sejam incipientes, adotadas principalmente por grandes empresas, elas representam um vetor de mudança importante.
Legislação trabalhista: As rígidas leis trabalhistas brasileiras impõem desafios adicionais ao processo de recrutamento, contrastando com a flexibilidade observada nos Estados Unidos, onde há menos proteção ao emprego e maior ênfase na negociação de contratos individuais.
Para os profissionais de RH no Brasil, entender e incorporar essas tendências não é apenas uma questão de modernização, mas uma necessidade para atrair e reter talentos qualificados em um ambiente de trabalho globalizado e competitivo. A adoção dessas práticas globais pode não apenas melhorar os processos de recrutamento e seleção, mas também promover uma cultura corporativa mais inclusiva, dinâmica e adaptada às exigências contemporâneas.
À medida que avançamos, torna-se cada vez mais claro que o futuro do trabalho está intrinsecamente ligado à capacidade de inovação e adaptação. Para aqueles interessados em explorar ainda mais o tema, uma vasta gama de conteúdos relacionados a recrutamento e tendências globais pode ser encontrada no Mundo RH: 5 tendências globais de recrutamento e seleção. Este recurso oferece insights valiosos e práticas recomendadas que podem inspirar e guiar profissionais de RH através dos desafios e oportunidades do recrutamento moderno.