Especialista indica como identificar e ter mais confiança no trabalho
Segundo pesquisas da Universidade Dominicana da Califórnia, cerca de 70% das pessoas no mundo sentem que são uma fraude no ambiente de trabalho. Esse sentimento, conhecido como a Síndrome do Impostor, teve um crescimento ainda maior durante a pandemia, uma vez que os novos modelos de trabalho despertaram inseguranças com relação ao desempenho profissional.
A Síndrome do Impostor é um sentimento de insegurança, que segundo a coach, palestrante e diretora da Febracis Paraná, Daniella Kirsten, pode ser definido como uma incapacidade de internalizar o sucesso e uma autopercepção de falsidade intelectual. “Para quem sofre do problema, não importa as realizações e os esforços feitos na sua carreira, a sensação é de frustração, insuficiência e de que todos os resultados conquistados são fruto da sorte e não do esforço individual”, conta.
Daniella explica que os gatilhos normalmente estão associados a pessoas em cargos de exposição, liderança, ou mesmo quando recebem uma promoção que requeira mais responsabilidade e visibilidade. “Sentir que não tem o domínio da situação pode ser um agravante, mas normalmente essa é uma condição de autossabotagem, quando o indivíduo constrói uma percepção de incompetência de si mesmo. Todos nós temos uma pré-disposição ao demérito, porém, dependendo do modelo mental e da forma como cada um pensa, essa sensação pode ser maior ou menor”, explica a coach.
Apesar do assunto estar cada vez mais difundido, é ainda difícil identificar a Síndrome do Impostor, uma vez que é um processo silencioso. “A autossabotagem é difícil de ser identificada sem ajuda de um profissional, pois leva a pessoa a criar obstáculos inconscientes para si mesma, que a levem ao fracasso. Algumas atitudes são bem comuns, como, por exemplo, a criação de metas impossíveis, criadas justamente para que haja a falha na execução, levando a pessoa a se reafirmar como fraude. Esse é o ciclo do impostor”, afirma Daniella.
Enquanto a autossabotagem pode ser mais difícil de identificar, outros sintomas podem fazer soar o alerta de ajuda, como:
- Pensamentos repetitivos sobre ser uma farsa;
- Medo de ser desmascarado(a);
- Descrença sobre a própria capacidade;
- Associação de resultados a sorte ou interferência de terceiros;
- Procrastinação;
- Sensação constante de frustração e tristeza intensa.
Daniella conta que ao se deparar com as manifestações acima, a pessoa deve, primeiramente, reconhecê-las em sim e em situações reais. Depois deve investir em buscar formas de combater e melhorar esse sentimento, reconhecendo os seus pontos fortes e melhorando as fragilidades. “A ajuda de um profissional é muito importante, pois o processo de autoafirmação passa por muitas questões pessoais, mas algumas atitudes diárias podem fazer a diferença no curto-médio prazo”.
Abaixo Daniella dá algumas dicas de como lidar com a Síndrome do Impostor:
- Ao escolher um novo desafio, tente focar nas conquistas decorrente dele, ao pensar nos erros, pense nas lições aprendidas com ele;
- Compartilhe frustrações e dificuldades;
- Evite comparações improdutivas, aceite-se mais;
- Aprenda a identificar e respeitar as suas limitações – elas são essenciais na busca pelo autoconhecimento;
- Busque entender que as falhas e frustrações existem e são fundamentais para o seu crescimento;
- Exercite-se, tenha hobbies, busque estar inserido em ambientes que proporcionem crescimento pessoal e profissional;
- Participe de situações que gerem prazer e bem-estar e acostume-se com essas sensações positivas;
- Tenha um mentor e pratique seus pontos de melhoria e qualidades com um coaching especialista em lidar com a situação.