O princípio básico da diversidade e inclusão nasce na gestão de pessoas, afinal, sem profissionais com perfis diferentes não existe diversidade. Em um recente estudo feito pela empresa global de consultoria organizacional Korn Ferry, apenas 37% das empresas brasileiras têm orçamento de D&I separado. Ao analisar esse cenário e compará-lo com alguns anos atrás, essa é uma evolução, pois antes tal orçamento não existia e tinha que ser retirado de alguma outra ação de RH.
Para o especialista em ética, diversidade e inclusão, e CEO da Condurú Consultoria, Deives Rezende Filho, para implementar, de fato, D&I dentro das empresas, é necessário que as companhias façam um investimento de tempo e financeiro significativo, pois somente assim é possível alcançar resultados para o negócio no momento atual e, consequentemente, no futuro.
“Mudar as políticas de diversidade e inclusão no mundo corporativo exige um processo de transformação na cultura dessas empresas. Sempre vejo líderes que não sabem muito o que fazer porque enxergam como algo muito complexo mudar uma questão tão enraizada. O que essas empresas precisam compreender é que, antes de tudo, é preciso estabelecer metas e fazer treinamentos com todos os colaboradores para que todos entendam a legitimidade dessas ações. Sem uma estrutura planejada não conseguem gerar o impacto necessário para promover a transformação que a empresa precisa,” explica.
Uma pesquisa da consultoria McKinsey em mais de mil companhias do mundo inteiro, incluindo o Brasil, revelou que empresas mais comprometidas com D&I têm resultados financeiros relativamente maiores se comparadas às organizações “não-diversas”. O resultado revela que a diferença de desempenho entre as que apresentam maior e menor índices de diversidade de gênero chega a 48%. “Definir metas de diversidade e saber, exatamente, como executá-la é um desafio para todas as empresas, Não faltam candidatos competentes no mercado, o problema é que essas pessoas, muitas vezes, ficam invisíveis, mas basta procurar para encontrá-las, pois elas estão competentes e preparadas para assumir postos de liderança. É necessário que as empresas estabeleçam metas de diversidade, uma vez que sem essas iniciativas, talvez não consigamos chegar nessas altas posições”, finaliza.