Algumas companhias continuam a realizar esforços para promover a inclusão de minorias, pois estas iniciativas contribuem para criar uma cultura integradora dentro e fora das empresas. Movimentos desta natureza são essenciais por promoverem a igualdade de direitos de toda e qualquer minoria, sejam LGBTQIA+, pretos, mulheres, índios, deficientes, como uma comunidade única e que acabamos enxergando de maneira segmentada e equivocada.
Porém, um estudo realizado pelo Instituto Ethos aponta que as principais questões no trabalho de grupos como afrodescendentes, mulheres, pessoas com deficiência e o público LGBTQIA+ são a sub-representação e as dificuldades de ascensão, o que demonstra a necessidade de evolução destes processos inclusivos.
Desta forma, vale ressaltar alguns pontos para promover de fato o equilíbrio ao incluir minorias:
- Frear a comunicação violenta
Seja no trabalho ou na vida pessoal é importante que todos estejam abertos ao diálogo. Incentive ambientes que promovam interações amigáveis e uma política que deixe claro que as pessoas não precisam convencer as outras sobre fazerem parte de alguma minoria ou explicar-se. Exceto quando um indivíduo ou um grupo esteja sendo muito prejudicado com agressões físicas ou verbais incessantes e incontroláveis, mas nesse caso o único caminho é o das autoridades. Trata-se de um desafio, mas é uma postura que se faz necessária.
- Inclusão geral
Muitos acreditam que a comunidade deve apenas interagir entre iguais, mas para um mundo diverso é importante entender a necessidade da inclusão de todos nas discussões e interações, minorias e maiorias. Por exemplo, iniciativas que abordem a questão de trabalho para o gênero feminino precisam ser compostas por mulheres, mas também por homens.
- Acolher e não esperar a preparação
Não estamos mais em um momento de preparar o ambiente para só depois acolher. Neste sentido, o público transexual demanda atenção especial, por ser uma minoria em situação delicada de vulnerabilidade. Além disso, sofre preconceito extremo. Desta forma, quando um profissional de qualidade é identificado o correto é oferecer uma oportunidade imediatamente, independentemente das escolhas pessoais.
Aumentar a visibilidade desta minoria no mercado é extremamente importante. Segundo pesquisa da Ordem dos Advogados do Brasil, 82% dos transexuais não finaliza os estudos e a consequência é a repercussão negativa no futuro profissional corporativo desse grupo. A questão extrapola muito o aspecto do trabalho, mas acaba por ser decisivo também nessa área.
- Manter os aliados próximos
Aproveitar-se do apoio de grupos que possuem empatia pelas causas é uma boa iniciativa. Isso faz com que estas minorias tenham colaboradores dentro das empresas e com isso, sintam-se seguros para se abrir, o que gerar entendimento e proximidade, desmitificando o preconceito.
- Minorias na liderança
É essencial ainda que as organizações possuam em sua gestão líderes que façam parte de minorias, para criar referências e inspirar outros profissionais.
Para que esta disparidade vire passado, as empresas devem colocar em prática as iniciativas inclusivas que comprovadamente promovem inúmeros benefícios, principalmente de incremento de receita por promover a avaliação das questões por diversos ângulos, com visões distintas, o que contribui para a inovação. Segundo o relatório Delivering Through Diversity realizado pela consultoria Mckinsey com 1.000 empresas em 12 países, as organizações que priorizam a diversidade obtêm rentabilidade 21% maior.
Aplicar de fato a diversidade significa criar um ambiente inclusivo para que todas as pessoas, independente de sexualidade, gênero ou etnia, sejam elas mesmas no local de trabalho. É muito difícil desempenhar uma função com excelência se esse colaborador se sente obrigado a deixar parte de sua personalidade de lado quando atua no trabalho. Desta forma, a criação de um ambiente profissional inclusivo que está sendo timidamente aplicado, deveria ser intensificada e estar entre as prioridades de todas as organizações.
Guilherme Morais é líder de marketing da TOPdesk no Brasil