De acordo com a pesquisa Inteligência Emocional e Saúde Mental no ambiente de trabalho, produzida pela The School Of Life, referência no ensino de inteligência emocional, em parceria com a Robert Half, maior empresa especializada em recrutamento do mundo, mais de 37% dos colaboradores sentem que não tem liberdade para expor suas emoções dentro das organizações. O estudo, realizado com 491 profissionais de diferentes regiões do Brasil, aponta para a importância de se debater, cada vez mais, sobre o tema saúde mental dentro das empresas.
“O debate sobre saúde mental dentro das organizações é urgente e necessário, não apenas para quebrar esse tabu, mas para criar a cultura de um ambiente psicologicamente saudável e seguro, onde os colaboradores se sintam livres para expor suas emoções e seus pontos de vista sem medo ou receio de julgamentos”, aponta Carine Roos, CEO e fundadora da Newa Consultoria.
Durante a pesquisa, líderes e liderados foram questionados sobre o impacto da pandemia na saúde mental. Os resultados mostram que a ansiedade foi um dos principais impactos negativos, além de cansaço, desânimo e estresse. Na opinião dos líderes, a ansiedade apareceu em 63,51% dos casos, seguido pelo estresse (47,64%), insônia (27,36%), burnout (19,59%) e depressão (9,80%). Em relação aos liderados, o cenário não foi muito diferente: 64,10% disseram sofrer de ansiedade, 51,79% de desânimo e 46,15% de estresse. Insônia (16,41%), depressão (10,26%), burnout (8,72%) também apareceram em alguns casos.
Hoje, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Mesmo diante destes dados, por que ainda é tão difícil e por que há tantos empecilhos quando o assunto é saúde mental no ambiente de trabalho?
“A pandemia forçou o debate sobre o tema. Mais do que nunca, as organizações precisam puxar essa responsabilidade para si e para os seus líderes, a fim de que se compreenda, de fato, a importância dessa discussão entre toda a equipe. A construção de um ambiente saudável e psicologicamente seguro passa pelas lideranças compassivas e atentas aos seus colaboradores”, explica Carine.