Janet Fernandez, é vice-presidente regional para a América Latina e líder do Women Business Council da região da Motorola Solutions e membro do conselho do Business Council LatinX.
Em um mundo cada vez mais disposto a ouvir as vozes dos grupos minoritários, é importante refletir sobre o papel da tecnologia ao contribuir para que essas pessoas tenham seus direitos garantidos e sejam representadas.
O conceito de tecnologia normalmente é associado a computadores como interface de relações humanas ou a algo tão intangível quanto a nuvem onde a informação é armazenada. No entanto, a tecnologia vai muito além disso. Ela pode ser um instrumento de inclusão, permitindo que o conhecimento seja universal e que pessoas se conectem e se comuniquem, mesmo em regiões extremamente remotas – onde o básico da comunicação pode ser uma questão de sobrevivência.
Outro aspecto importante é o avanço de recursos para simplificar a vida de pessoas especiais como comando de voz, softwares e aplicativos baseado no padrão internacional Daisy (sigla em inglês para Sistema de Informação de Acesso Digital) que permite a transformação de textos escritos para a linguagem oral, digitalmente narrados através de um sintetizador de voz, entre tantos outros exemplos.
Ela, a tecnologia, tem criado condições para avanços em todas as áreas humanas e segmentos de negócios, promovendo maior eficiência de processos, gerando ganhos de custo e de escala, promovendo conexão entre pessoas e entre coisas, criando oportunidades de trabalho e melhorando as perspectivas humanas. Nesse sentido, depositamos muita esperança na tecnologia na busca por resolução de problemas, desde a cura do covid-19 e suas variantes até a potencialização da agricultura para combater a fome mundial e à mitigação dos efeitos das mudanças climáticas.
Nas ruas, a tecnologia que está disponível para a segurança e proteção está a serviço da população e isso também é inclusão. A padronização do número para chamadas de emergência (190), câmeras de segurança com recursos de Inteligência Artificial e reconhecimento facial que podem, por exemplo, ser utilizadas para rastrear e recuperar uma criança perdida e a integração da comunicação entre autoridades para prestar serviços mais rápidos, também carregam o conceito de segurança amplificada.
Além disso, a tecnologia humaniza o acesso e o compartilhamento de informação, principalmente para pessoas que até pouco tempo atrás se veriam socialmente isoladas. Permite que um agricultor, um indígena ou uma pessoa em longa permanência hospitalar se tornem grandes influenciadores, pois o que conta é o poder de suas histórias e que elas possam ser contadas ao mundo. Isso nos torna mais humanos, tragando-nos para uma época em que a autenticidade é valorizada e o que é diferente e único tem o seu próprio espaço.
No âmbito corporativo, a Inteligência Artificial apoia empresas a se manterem igualitárias desde o processo de contratação, com ferramentas que padronizam anúncios de vagas e salários sem distinções de gênero, cor, orientação sexual, deficiências ou etnia. E outras ferramentas, como o próprio LinkedIn, ajudam a conectar pessoas e amplificar suas histórias.
A diversidade hoje ocupa um lugar prioritário na agenda de muitos governos e organizações, o que sem dúvida é um grande avanço para a nossa sociedade. Mas, é importante entender que seu significado vai além de ter mais mulheres e grupos minoritários em cargos de liderança. Tem a ver com um grande propósito, que é construir um mundo de todos, para todos de forma ampla, e é aí que a tecnologia pode mostrar sua maior e mais humana dimensão.