Estudo aponta que apenas 18% dos cargos em IA são ocupados por elas, mas para a headhunter, Erica Castelo, as habilidades técnicas podem reduzir as diferenças
O mercado tecnológico movimenta mais de US$ 4 trilhões anualmente e a tendência de investimentos segue em alta, segundo dados do Gartner, Inc. No estudo, ainda é possível analisar as áreas que vêm se expandido desde 2018, como criação de software, Inteligência Artificial, IOT, Segurança da Informação, Bots e chatbots. Mas, segundo pesquisa do Fórum Econômico Mundial, as mulheres representam apenas 5% na área de Computação em Nuvem e 18% em Dados e Inteligência Artificial,
O fato é que com a informatização entre as diversas áreas do setor de tecnologia da informação, surgiu a necessidade de especialização como foco essencial para o desenvolvimento das atividades. Para a headhunter internacional, Erica Castelo, esse é o ponto que ainda é um empecilho para as mulheres tentarem acompanhar o crescimento tecnológico com vistas à profissionalização.
“A falta de encorajamento às mulheres tem provocado um gap feminino no setor tecnológico, que muito se desenvolveu nos últimos anos. Ciência, tecnologia, engenharia e matemática são as áreas mais visadas no futuro em relação à empregabilidade, mas são as que menos empregam mulheres. A velha cultura da segregação feminina em relação à ocupação de postos de trabalho e até mesmo aos estudos profissionalizantes, gera a insegurança profissional – é como se fosse uma coerção moral imposta socialmente e que ainda provoca barreiras para um desenvolvimento igualitário de formação acadêmica”, destaca Erica Castelo.
Como resultado desta lacuna feminina, a realidade ainda reflete um cenário muito desigual entre homens e mulheres no setor. Um estudo da consultoria KPMG, em parceria com Harvey Nash, mostra que em toda a América Latina, apenas 16% dos empregos de alta tecnologia são ocupados por mulheres.
Essa diferença existe entre os diversos setores de trabalho, mas para mudar as estatísticas e tendo em vista que a tecnologia é o mercado do futuro, é preciso aprimorar as hard skills, que são as habilidades técnicas e profissionalizantes.
A headhunter destaca que “a formação e a capacitação profissional são os diferenciais procurados por grandes gestores do mercado tecnológico. É uma área que exige estudo e conhecimento para o seu desenvolvimento. Aprimorar as hard skills pode impactar as diferenças e, acima de tudo, é preciso mudar a cultura da negação e incentivar meninas, ainda que jovens, a obter tamanha desenvoltura”.
A profissionalização, sendo imprescindível à entrada em nível equânime ao dos homens no mercado, também traz outros resultados importantes, como a capacitação sem distinções, possibilitando inclusive a unificação de cursos voltados aos meios tecnológicos com vistas à acessibilidade.
Com a tecnologia em alta é preciso se preparar, profissionalizar e expandir os conhecimentos. E para Erica, “O desenvolvimento do setor não elimina concorrentes, mas exige capacidade técnica e aprimoramento que vão além das soft skills, como a inteligência emocional ou o relacionamento interpessoal”, conclui.