Diversidade e ações climáticas são os principais pontos de atenção para empresas e Conselhos em 2022 no mundo e no Brasil, que segue com foco em ESG
A Russell Reynolds Associates, líder global em consultoria, desenvolvimento e busca de altos executivos, divulga seu relatório anual com as principais tendências que impactarão os Conselhos e empresas neste ano. Tendências Globais e Regionais em Governança Corporativa 2022 revela que as organizações terão que lidar com investidores ainda mais exigentes e assertivos, dar mais atenção às questões climáticas, tratar com urgência a equidade e diversidade de gênero e aprimorar o desempenho dos Conselhos. No Brasil, segue o foco em ESG e alerta para estruturas de Governança Corporativa das empresas que abriram capital em 2021.
“Se alguém esperava que temas como diversidade e iniciativas ambientais saíssem do foco dos investidores, encontrará uma realidade totalmente oposta. Há uma crescente demanda por Conselhos mais conhecedores das práticas ESG”, afirma Jacques Sarfatti, sócio da Russell Reynolds Associates. “As empresas brasileiras estão pavimentando um caminho com iniciativas ambientais mais significativas, mas precisam melhorar sua comunicação. Além disso, elas enfrentarão investidores globais menos pacientes com esforços lentos para alcançar a paridade de gênero no Conselho e no quadro geral da companhia”, analisa Sarfatti.
O relatório destaca os padrões mais altos de atenção corporativa para questões climáticas. Os stakeholders esperam que as empresas tenham um papel maior na descarbonização da economia global e os acionistas querem ver essas ações amplamente divulgadas. No Brasil, também são esperadas metas e compromissos ambientais mais adequados, especialmente em relação à Floresta Amazônica, e iniciativas que vão além do greenwashing.
O Brasil também ganha espaço relevante no documento pela preocupação dos investidores com a composição dos Conselhos Administrativos das empresas do país. É prevista uma pressão ainda maior em relação à Diversidade, maior presença de mulheres e aceleração nos processos de equidade de gênero, além da profissionalização dos diretores, mandatos excessivos e o próprio processo de nomeação. Espera-se ainda que a cultura de administração do Brasil continue avançando ao lado de uma melhor governança e supervisão de risco, considerando estratégias e processos de engajamento de acionistas com antecedência, o que inclui temas como preparação para desastres e para covid.
O estudo revela ainda que, apesar do alto número de IPOs no Brasil em 2021, muitas das entidades que abriram capital recentemente carecem de estruturas fortes de governança. Os órgãos reguladores geralmente adotam uma abordagem de não intervenção, mas os requisitos do Novo Mercado da Bolsa de Valores de São Paulo – B3 levarão a um aumento das práticas de Governança visando a avaliação anual, especialmente considerando a aprovação das ações com direito a voto.
O relatório Tendências Globais e Regionais em Governança Corporativa 2022 foi realizado por uma equipe multidisciplinar das áreas de Direito, Consultoria de Gestão e Mercado Financeiro e analisou as principais tendências para Brasil, Estados Unidos e Canadá, União Europeia, Reino Unido, Austrália, Japão, Cingapura e Malásia.