Com a retração dos investimentos na área de treinamento & Desenvolvimento por conta do prolongamento do distanciamento social em razão da pandemia da Covid-19, as empresas estão buscando maneiras de fomentar a inovação e aumentar a competitividade. A aprendizagem organizacional surge como ferramenta essencial neste contexto.
E o processo de ensino e aprendizagem entra nesta pauta, pois existe uma relação estreita entre os problemas econômicos e a busca por soluções em termos de aprendizado, apesar da falta de recursos.
“Um exemplo elucidativo refere-se à crise financeira internacional de 2007 – que ocorreu por conta da especulação imobiliária nos Estados Unidos. A diferença é que hoje na pandemia contamos com a internet, responsável por não nos isolar completamente e as relações, mesmo que virtuais, estão mantidas”, afirma Maurício Pedro, gerente do atendimento corporativo do Senac São Paulo.
Quando se pensa em preparação, qualificação e requalificação dos colaboradores, é fundamental olhar para a gestão do conhecimento e para o papel da liderança, pois justamente em um cenário de baixo investimento são esses os elementos que suprem as necessidades de desenvolvimento por um período determinado.
Adaptações na pandemia
Desde o início da pandemia, observa-se a oferta/disponibilidade de cursos on-line, uso intensivo de ferramentas de comunicação e organização de trabalho que acabaram se mostrando opções valiosas para capacitação, orientação e engajamento dos funcionários, além de um arsenal de informações e de conhecimentos que estão disponíveis na web e nas redes sociais. Segundo Maurício Pedro, todas as alternativas devem ser capitaneadas pelas companhias no conjunto de seus planejamentos de aprendizagem e desenvolvimento.
Outras soluções que devem ser consideradas na área envolvem ações de comunicação bidirecional que permitam a transparência entre a alta direção, a liderança e os funcionários, a priorização de investimentos e ações que visem o essencial, equalizando a gestão de custos sobre o que é necessário e quem deve participar, fazer uso de recursos internos e investir em soluções híbridas.
“Os treinamentos, mais do que nunca, devem ser práticos, dinâmicos, objetivos e com ciclos menores, abarcando conceitos como agilidade, criatividade, flexibilidade, interatividade e emprego de micro-learning”, esclarece o especialista.
Dicas práticas para a área de treinamento & desenvolvimento
O gerente do atendimento corporativo do Senac São Paulo elenca algumas recomendações para 2021, considerando o cenário de incertezas. Entre elas estão:
• O planejamento de ações de treinamento & desenvolvimento deve ser pensado de modo a gerar sentido, conectando o aprendiz ao que está sendo transmitido;
• Considerando o ambiente das salas de aula, o treinador precisa incorporar o que é contemporâneo à metodologia e à maneira de ensinar, passando pela revisão do uso das tecnologias ao aprendizado e dos processos de ensino e aprendizagem;
• Inclusão das tecnologias do audiovisual (rádio, cinema e televisão) na sala de aula;
• Atenção para o roteiro, áudio e luz, fatores que aperfeiçoam a narrativa e a linguagem do processo de ensino e aprendizagem;
• Alinhamento entre as demandas e expectativas, considerando mundo virtual x presencial, vivência no escritório x home office;
• Investimento na orientação e na conscientização sobre a administração do tempo do aprendiz.